sexta-feira, 30 de março de 2012

Zona de finalizaçao

Além do "Espaço corporal próximo" e do "Espaço de jogo efectivo", um terceiro precioso indicador do nível de jogo de uma equipa e dos respectivos jogadores é a zona de finalização (ZF).
Esta ZF consiste na área perto do cesto em que o jogador tem uma probabilidade razoável de sucesso no lançamento. Nos principiantes é muito reduzida mas nos jogadores de alto nível é bem grande (lançamentos de 3 pontos).
    ZF de jogadores                ZF de
    jogadores de alto               principiantes
    nível

quarta-feira, 28 de março de 2012

"Espaço de jogo efectivo"

O espaço de jogo efectivo é "uma área poligonal definida pelas linhas que unem os jogadores que se encontram na periferia do espaço ocupado pelas equipas que se defrontam, exceptuando os guarda-redes, num instante determinado e dentro do espaço de jogo regulamentar". (Adaptado de Gréhaigne).
É tanto mais largo quanto maior é o nível de jogo.
Os principiantes, ao nível do jogo anárquico, apresentam um EJE muito restrito a que se costuma chamar a "aglomeração". Um dos indicadores da melhoria do nível de jogo é o aumento da área do EJE. Alargá-lo é um objectivo do ensino.

                                                           Jogo anárquico - Aglomeração


                                                        Jogo mais evoluído - EJE alargado

sábado, 24 de março de 2012

Espaço corporal/ Espaço próximo

Uma capacidade que distingue quem tem um maior nível de jogo dos principiantes é a sua área de manipulação da bola. Aquilo que foi chamado de "Espaço próximo". Os jogadores principiantes restringem a sua área de manipulação ao espaço à frente do seu peito, usando as duas mãos. Por isso, quando querem passar e têm adversário bem perto, têm grandes dificuldades em realizarem o passe com eficácia.
Já os jogadores mais evoluídos têm um área de manipulação da bola, muito ampla: cima, baixo, lado direito e esquerdo, e mesmo atrás do corpo. Usam além disso o trabalho de pés, rodando e interpondo pernas, o que protege e aumenta o ângulo dos passes. Esse trabalho, acrescido às fintas, ao olhar dissociado da direcção do passe, torna as transmissões de bola muito mais eficazes e difíceis de defender. Conseguem também realizar passes bem mais longos.
No que respeita à aprendizagem, estes dados anteriormente mencionados dão-nos os seguintes ensinamentos:
-Não se deve usar e abusar do tradicional exercício de passe de peito, face a face.



Esse tipo de exercícios só encerram os principiantes num curto circuito corporal que lhe é natural mas é necessário desconstruir.
-Há que fazer explorar aos jogadores vários tipos de passe, de diferentes pontos de partida em relação ao corpo. Trabalhar o passe em situação de oposição e fazer perceber ao jogador a presença do adversário e como se pode ultrapassá-la.




quinta-feira, 22 de março de 2012

Pete Carril: frase.

"Eu posso avaliar o nível da tua honestidade e compromisso através da qualidade do teu esforço no campo. Tu não podes separar o desporto da tua vida, mesmo que o tentes arduamente. A tua personalidade aparece no campo: egoismo, indiferença, ou outra qualidade qualquer aparece lá. Tu não podes esconder isso."
Pete Carril
Treinador de basquetebol


terça-feira, 20 de março de 2012

Olhar o quê?

"Saber o que é preciso olhar para melhor perceber é uma questão de inteligência"
Piaget



Aquilo que nos diz a frase de Piaget é de grande utilidade, para quem ensina e aprende jogos desportivos colectivos. Perante uma profusão de informações provenientes de todo o lado do jogo, é fácil para o jogador principiante ou para o professor não especialista, perder-se. Daí que tanto o jogador como o professor ou treinador deve saber aquilo em que deve focalizar o olhar, para daí poder fazer uma interpretação correcta que leve a boas decisões no jogo ou no ensino. 

domingo, 18 de março de 2012

Hubie Brown



Hubie Brown é um famoso treinador norte-americano cujas ideias para o treino do basquetebol são bastante interessantes, produtivas e mesmo inovadoras.
Se quer conhecê-las um pouco pode aceder a alguns video clips de demonstração na seguinte ligação:

sexta-feira, 16 de março de 2012

Filho de peixe e filho de homem...


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"Filho de peixe sabe nadar... Isto é verdade só para os peixes...". Se não estou equivocado foi à mais de 25 anos que ouvi esta expressão da boca do professor Teotónio Lima, num seminário de Desportos Colectivos organizado no casino da Póvoa, por uma equipa liderada pelo professor Jorge Araújo. Já ao tempo a achei extremamente importante de significado.
Com o tempo tenho estudado e aprendido que o desenvolvimento dos seres humanos se processa através de formas completamente diferentes das dos animais, mesmo os mais evoluídos como os primatas não humanos. A essência humana está fora do nosso corpo, transmite-se externamente pela cultura material e intelectual. Ao contrário, o desenvolvimento dos outros animais é essencialmente inato, sendo que por isso, os peixes sabem nadar mesmo sem aprenderem com os seus pais... O mesmo não acontece com os humanos. Aquilo que de fundamentalmente nós somos ou temos, aprendemos com os outros. Só nos tornamos pessoas através do contacto humano. Mesmo a marcha erecta é aprendida e isso verificou-se através do que se sabe das crianças selvagens.
No basquetebol as coisas aprendem-se... existe um corpo de saberes externo aos jogadores que eles incorporam em si com as aprendizagens guiadas ou autónomas que fazem. No entanto, o basquetebol é também um jogo de regras. Por isso, a apropriação deve ser activa e consciente por parte dos jogadores. Caso isso não aconteça a aprendizagem do jogo padece de defeitos, atrasos e mesmo distorsões.
Voltaremos ao assunto um dia destes...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Três grandes pedagogos

Hoje publico uma imagem que reune três grandes nomes da pedagogia do basquetebol: Hermínio Barreto, Jorge Adelino e San Payo Araújo. Dedicados em grande parte à formação da nossa juventude através deste nosso jogo





segunda-feira, 12 de março de 2012

"Aprender basquetebol com Hermínio Barreto"

Ontem revi um video chamado "Aprender basquetebol com Hermínio Barreto", já com cerca de três décadas de existência. Nele temos oportunidade de ver as ideias e as acções de um grande mestre.
Salvo erro foi o psicólogo Kurt Lewin que escreveu um dia que "não há nada mais prático que uma boa teoria". Ora Hermínio em acção encarna da melhor forma uma teoria do ensino que outro psicólogo, o soviético Lev Vigotsky elaborou nos anos vinte: a teoria do desenvolvimento potencial. Dizia esse psicólogo - a quem chamaram um dia "o Mozart da psicologia", - que não há apenas um nível de desenvolvimento das crianças que se deva considerar e medir, por exemplo com o auxílio dos tradicionais testes. Segundo ele dever-se-ia considerar também o nível de desenvolvimento potencial que consiste no que a criança consegue fazer com o auxílio de alguém. Ainda segundo Vigotsky, as funções psicológicas superiores, aparecem primeiro ao nível interpsicológico, na relação das crianças e dos adultos, e só depois são interiorizadas e se tornam fenómenos intrapsicológicos, ropriedade das crianças. Desenvolver processos de ensino e de ajuda às crianças, criar uma espécie de andaimes humanos - os professores - que auxiliam as aprendizagens, eis alguns dos desenvolvimentos mais frutiferos dessa teoria que foi produto, provavelmente, da análise de práticas docentes.
Nesse video, ao dirigir crianças com vários níveis de jogo, Hermínio ilustrava na perfeição essa teoria: ao mostrar e justificar a vantagem de se receber com duas mãos em vez de uma; ao demostrar como se deveria fazer ao receber a bola para poder fazer uma boa leitura de jogo; ao levar pela mão um jogador que deveria fazer um aclaramento ao drible de um colega na sua direcção; ao manipular a rotação para a linha final de um jogador que tinha acabado de fazer um ressalto defensivo. Gestos, palavras, manipulações subtís, tudo isso faz parte do reportório pedagógico desse grande mestre chamado Hermínio Barreto.
Poder-se-ia fazer um blog sobre o ensino do basquetebol com materiais retirados apenas da experiência de Hermínio Barreto. Hoje esta mensagem foi apenas uma pequena ilustração disso.




sábado, 10 de março de 2012

Por onde começar?

San Payo Araújo, director técnico do comité de Minibásquete da federação portuguesa de basquetebol já foi apresentado anteriormente nestas nossas mensagens. Uma das suas grandes qualidades é ser um pedagogo com uma grande inventividade e mestria. No seu artigo desta semana para o Planetabasket, apresentou-nos uma ideia sobre o interesse de começar o ensino das técnicas pela lado não dominante, como forma de ganhar tempo. Por exemplo, iniciar o ensino do lançamento na passada pelo lado esquerdo num indivíduo destro. Ele aplicou essa "receita" a jovens adultos sem experiência anterior na modalidade, mas os seus argumentos podem na minha opinião ser válidos para muitos outros praticantes de vários níveis. A ler aqui esse artigo chamado "Não desperdicemos tempo"

San Payo Araújo

quinta-feira, 8 de março de 2012

"Quem joga são os jogadores- parte II"

"O meu artigo anterior no Planeta Basket, “Quem joga são os jogadores” despertou alguns comentários críticos que pensamos poderem estar na base de um desenvolvimento da minha parte,
para além da breve resposta que dei nos comentários. Para isso farei uma pequena excursão pela temática gémea do ensinar/aprender recorrendo principalmente a palavras do professor Hermínio Barreto."

domingo, 4 de março de 2012

Planificação/programação

Sobre esta competência do treinador vejam um video que as aborda. Só é preciso perceber francês. Dominique roux parte das questões sobre este tema que solicita aos formandos.
Tipos de plano; factores da performance; Plano formativo, Plano quadrienal; Plano anual; fases do plano anual; objectivos e conteúdos das fases; conceitos; calendários competitivos; qualidade e quantidade do trabalho, intensidade, volume, recuperação; Planificação semanal; Planificação da sessão, Planificação dos exercícios; Blocos de treino com algumas semanas; Flexibilidade da planificação, reajustamentos. Prioridades; etc.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Mitos ou realidades

A ciência pode e deve relacionar-se com o desporto. Uma das suas funções é esclarecer e explicar o que se passa com determinados fenómenos desportivos. Em alguns casos consegue desfazer alguns mitos. é o caso do vídeo seguinte.