sexta-feira, 29 de março de 2013

Concepção fundadora do basquetebol

"fundado sobre a noção cristã de amor ao próximo... este jogo tem em conta que certos praticantes, quando perdem o seu sangue frio, podem tornar-se em "instrumentos do diabo". É por isso que o basquetebol é concebido de uma maneira que o jogador possa sempre colocar todo o seu coração e todas as suas forças, mas também que ele guarde sempre o seu controle das suas reacções."
James Naismith

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Frase sobre a história.

Já que pusemos um termo na publicação de mensagens no blog gémeo deste, o "120 anos de basquetebol", que ficou como depósito de mensagens sobre a história do basquetebol, vamos neste blog incluir, por vezes, mensagens de natureza histórica.
Começamos com uma frase de um grande historiador português já falecido de seu nome Vitorino Magalhães Godinho.
"Voltarmo-nos para o passado destina-se, em primeiro lugar, a enriquecer a nossa experiência, enriquecê-la em contacto com as múltiplas e variadíssimas experiências de todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares."

:)

Se um dos problemas de quem ensina é, o facto de, como disse um dia Epiteto, ser "impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.", pelo contrário, um trunfo de quem ensina é contar com o trabalho e o reconhecimento de quem tem a seu cargo ensinar.
:) :) :)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aprender a driblar com Pete Maravich

Pete Maravich foi um grande mestre na arte de jogar o jogo e de apresentar e trabalhar os fundamentos sem os quais é impossível jogar bem. Com ele aprende bastante quem quiser ir mais longe nesta arte. O drible é um dos fundamentos a aprender bem cedo e a aperfeiçoar sempre.



domingo, 24 de junho de 2012

O verdadeiro resultado


    "Para um treinador, o resultado final não se lê em pontos a favor ou pontos contra. Ao contrário, se lê em quantos homens e mulheres de valor têm se transformado, tantos jovens atletas que ele treinou”.
           É este resultado que nenhum jornal, estatística ou livro de recordes publicará  
          jamais.
           Este é o resultado que ele lerá de si mesmo, quando a última partida terminar “.
Denny Crumm
Retirado do site do Agilson Alves

terça-feira, 19 de junho de 2012

O passe segundo Pistol Pele

Confesso que sou um profundo admirador de Pete Maravich, o Pistol Pet.
Já passei umas boas horas na net a vê-lo jogar e a vê-lo ensinar-nos coisas. Hoje trago aqui um video onde ele nos ensina coisas sobre a arte do passe em que ele foi um verdadeiro artista. Espero que gostem como eu.

Aprendizagem e vontade

Para aprender é preciso querer. Quem não quer não aprende ou aprende muito dificilmente ou lentamente.
Aqueles que ensinam têm de garantir à partida o concurso da vontade de quem vem aprender. Sem isso o jogo está viciado negativamente logo à partida.

domingo, 17 de junho de 2012

"Estrategias metodológicas en iniciación"

 Retiramos do blog de Enrique Granados, "El juego de Naismith" uma mensagem interessante sobre estratégias metodológicas na iniciação:
"Nos movemos entre diferentes estrategias metodológicas en la iniciación deportiva:
1) No dar soluciones a las tareas dentro de las sesiones (incentivando la capacidad resolutiva dentro del propio juego).
2) Dar un surtido de opciones, no demasiado amplio para no apabullar, que les permita seleccionar y ejecutar sus decisiones (agilizando la capacidad resolutiva).
3) Negar cualquier razonamiento ofreciendo únicamente una respuesta adecuada (sin implicación cognitiva de los jugadores).
Nadie puede sentar cátedra sobre cuál es mejor, seguramente las tres son válidas en según qué situaciones se presentan.
Pero obviamente si queremos que los jugadores jóvenes se formen con una buena capacidad cognitiva (que puedan tomar las decisiones más acertadas en el juego) será fundamental que puedan experimentar con sus propios errores (opción 1) adquiriendo un bagaje motriz amplio fruto de su experimentación, así como que también sepan discriminar información y agilizar su toma de decisión (opción 2) con la ayuda de un técnico/instructor/educador que sepa ofrecer varias respuestas válidas (pocas) para que el jugador seleccione y ejecute. Es evidente que si negamos la posibilidad de error en el jugador (opción 3) mostrándole únicamente la respuesta válida, vamos a obtener jugadores sin poca capacidad de lectura, sin una buena capacidad de toma de decisiones, en definitiva jugadores planos que esperan "ser guiados" constantemente.
Implicar a los jugadores a nivel cognitivo es dar un salto de calidad en el entrenamiento, en el propio proceso formativo."
Encontra-se aqui.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Campus sobre lançamento: Josep Margall

Um video que mostra aspetos do trabalho do campus Josep Margall, o único campus europeu dedicado ao lançamento. Interessante.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Prognósticos, só no fim do jogo"

O nosso João Pinto disse um dia que "prognósticos, só no fim do jogo".
A final da Euroliga deste ano foi bem um exemplo dessa máxima sábia. No site federativo dos treinadores espanhóis vem uma boa análise a esse acontecimento que ilustra uma lição a não esquecer em qualquer jogo. Veja aqui nesta ligação.

domingo, 10 de junho de 2012

Finesse versus power, no ensino do básquete

Uma frase interessante para discutir:
"Players who learn finesse first will never mentally want play power basketball"
Esta frase que podes ler no video da ligação que deixei, encerra uma filosofia muito própria do ensino do basquetebol. O que achas dela? Confesso que me fez pensar bastante.

sábado, 9 de junho de 2012

Mikan drill: exemplos

Já que ninguém respondeu às questões que coloquei dias atrás sobre o Mikan Drill, respondo eu.
Eis aqui a ligação para um video demonstrativo do Mikan Drill, onde um treinador indica quais os objectivos que se podem obter com ele: trabalho de pés, lançamento em "finesse", ritmo, etc.
Imaginem também o mesmo exercício feito de costas para o cesto e debaixo dele. São possíveis variações, as quais enriquecem todos os exercícios.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Aprendi com o Steve Nash...

Alguns dos exercícios competitivos de lançamento que utilizo com as minhas jogadoras do desporto escolar foram inspirados pelo profissional da NBA, Steve Nash, em clips da Youtube.
Assim, chamo a um exercício competitivo que utilizo, o STEVE NASH de 2, a uma competição individual de lançamentos exteriores de 4 posições, em que em cada uma dessas posições, a jogadora tem de concretizar dois lançamentos (de um lado ou de outro). Os spots são: 0 graus lateral, pés fora da zona restritiva; 30 graus lateral, pés idem; cotovelos, pés idem; frontal (atrás da linha de lance livre). Quando uma jogadora lança a 0 graus de um lado faz o seu auto-ressalto e vai lançar do outro. Para passar para o spot seguinte tem de concretizar dois cestos, ou do lado direito ou do lado esquerdo do cesto. O exercício termina quando uma jogadora conseguir concretizar os seus dois cestos de posição frontal, num total de 8 cestos. Essa jogadora vence e eu tiro o tempo, determinando quem baixa o tempo record. Faço também o Steve de 3 em que aumenta o número de cestos concretizados exigidos.
Objectivos: aplicar a técnica correta do lançamento exterior, em posições variadas face ao cesto, de forma rápida mas sem perda de técnica. Ao fazer-se este exercício e ao repeti-lo as jogadoras fazem imensos lançamentos, estão imensamente motivadas e aplicadas. Quem não aplicar a técnica é convidada a ir para a parede treinar os fundamentos técnicos do lançamento correto, durante o tempo necessário. Eu digo-lhes o que estava mal: se é o pulso, o braço, os apoios, as pernas ou outro pormenor.
No fim digo os resultados, felicita-se a vencedora e de forma entusiastica quem bata um record. A título de curiosidade, o record da minha equipa para o STEVE de 2 vai em 34". 
Utilizo os seis cestos de que disponho e tento que não haja mais de 3 jogadoras por cesto o que por vezes é dificil pois tenho 20 jogadoras e elas são muito assíduas. Em cada repetição rodam de cesto.
Numa próxima oportunidade falarei de outros exercícios deste tipo.

PS: Para contextualizar informo que as infantís do desporto escolar que treino, têm 12/13 anos, iniciaram-se há cerca de 8 meses e têm 2 treinos de 50 minutos por semana e uma média de uma jornada concentrada de dois jogos a cada 3 semanas).
O clip da youtube que me inspirou para alguns dos exercícios competitivos de lançamento foi o que mostro em baixo. Penso que também vocês poderão recolher algumas ideias com ele, de forma pessoalizada, como é natural.
A frase com que Steve começa o clip é muito denunciadora de como o talento á, como disse alguém: 5% de inspiração e 95% de transpiração:
"Se todos os jogadores de basquetebol trabalhassem tão duro quanto eu, eu estaria desempregado".
Steve Nash


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Copiar, adaptar ou inventar exercícios e jogos?

O título desta mensagem, ao fim e ao cabo, expõe as três formas possíveis, julgo eu, de encontrar os exercícios ou jogos para os treinos. Aliás, se quisermos ser mais pormenorizados e precisos devemos saber classificar as várias formas de treino que existem e que vão do exercício mais delimitado e analítico ao jogo mais sobredeterminado (com maiores cargas do que o próprio jogo real, se é que isso é possível). Há alguns autores espanhóis que sistematicamente e de forma muito bem conseguida apresentaram uma taxonomia desses meios de treino.
Copiar, adaptar, ou criar são talvez mais do que três formas possíveis, são as formas existentes e complementares. Se só copiarmos corremos o risco de aplicar acefalamente e de forma não adaptada meios de treino aos nossos jogadores. Os treinadores que agem desse modo ficam inteletualmente limitados; se só copiarmos e adaptarmos, perdemos a oportunidade de encontrar uma forma bem precisa de ir ao encontro de necessidades que só os nossos jogadores e equipa têm naquele momento, perante condições de treino (tabelas, n.º de jogadores, bolas, campos, etc) também particulares. Só o recurso à invenção, além de poder adaptar-se da forma mais apropriada às necessidades da nossa equipa, desenvolve a capacidade criadora do treinador que é tão necessária para esse mister. Mas há riscos daqueles que só inventam sistematicamente. Muitas vezes inventarão a roda e estão a desperdiçar soluções altamente interessantes que a história da pedagogia do basquetebol consagrou. É o que acontece aqueles treinadores que sem conhecerem as formas técnico-tácticas  consagradas, têm a veleidade de inventar modelos de jogo absolutamente novos. Pensamos que estes últimos modelos só são acessíveis aqueles que conhecem muito do passado e são basquetebolisticamente cultos.

sábado, 2 de junho de 2012

Como ensino o lançamento exterior?



Primeiro preocupo-me bastante com a forma técnica. Sou daqueles que acho que a "forma" biomecânica que é considerada correta neste momento, já está estabilizada há muitos anos por ser algo de comprovada eficácia. Por isso dou um valor enorme à capacidade dos atletas adquirirem a forma correcta no lançamento exterior. Todos aqueles aspectos, por demais conhecidos, e que vão desde os apoios até ao "seguir o lançamento" e trabalho de pulso, são por mim ensinados, de forma analítica, aos bocados e em doses homeopáticas, durante os treinos. Vou depois integrando os atletas em exercícios competitivos de lançamentos, mas exigindo-lhes que respeitem a técnica. Quem não o fizer, terá de sair do exercício competitivo, e, à parte, corrigir a técnica: o trabalho de pulso, os apoios e enquadramento, o seguir o lançamento ficando com o braço estendido para cima, etc. Só depois de me mostrar que corrigir o aspecto em que falhou voltará a integrar-se nas competições de lançamento. Nos treinos, vou alternando estes exercícios competitivos com outros, corretivos e analíticos. Numa próxima oportunidade, darei exemplos concretos.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Futebolização do basquetebol"

"Ao iniciar este texto tenho de dizer que aprecio o jogo-futebol. Aliás, antes de me ter apaixonado pelo basquetebol joguei com muito prazer futebol a nível federado.

Já não posso dizer o mesmo do espetáculo triste fora das linhas e às vezes dentro delas em que o nosso futebol é fértil. Não aprecio também a instrumentalização que fazem do futebol tornando-o “a questão nacional” e a doentia hegemonização mediática que dele fazem e que prejudica a prática e o desenvolvimento dos outros desportos, embora com essa denúncia não queira sacudir as responsabilidades das gentes do basquetebol no estado actual menos bom do nosso desporto."

terça-feira, 29 de maio de 2012

"A pedagogia da estupidez"

"Sou do tempo em que se aprendia futebol na rua. Era difícil haver um garoto como eu, lá pelos 11, 12 anos de idade, que não controlasse a bola com qualquer parte do corpo sem deixá-la cair. Lidávamos melhor com uma bola que com uma caneta. Com o passar do tempo aprendíamos o valor do passe, do bom posicionamento, de bater certo na bola. Para o futebol, tornávamo-nos muito inteligentes. Muitos dos meus colegas de infância de Santos tornaram-se profissionais da bola. Não tenho dúvidas quanto à eficácia daquela pedagogia de rua, em que os mais velhos ensinavam aos mais novos e todos ensinavam todos, movidos pela ambição de se tornarem profissionais ou simplesmente pelo gosto de jogar. Quando fui para a universidade, causou-me espanto perceber que essa linda e eficaz pedagogia não foi absorvida pelos estudos universitários. A mesma estupidez que existia nos treinamentos antigos do futebol profissional persistem ainda hoje, sem que os estudos acadêmicos os influenciassem. E quando as tais escolinhas de futebol foram inventadas, deixaram a rua de fora e criaram a pedagogia do cone e da estupidez; nada trouxeram da universidade. Deixo de lado, em minha crítica, as boas escolinhas, que existem, e as louvo."




domingo, 27 de maio de 2012

Pistas de resposta

Para poderem responder à questão da mensagem anterior, aqui vão umas pistas:
-Mikan vem do nome do jogador Georges Mikan, um dos primeiros verdadeiros postes do basquetebol norte-americano que jogou nos primeiros tempos da NBA;
-O "Mikan drill" tem a ver com exercícios para o trabalho de poste.
Vamos lá ver se agora os amigos leitores respondem à pergunta e me informam até de coisas que eu nem sequer sei sobre ela.

sábado, 26 de maio de 2012

Cultura basquetebolística: "Mikan drill"

Existem no basquetebol um nome/conteúdo chamado "Mikan Drill". Sabes qual é a origem desse nome, o que é e para que serve?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Conhecimentos necessários para bem ensinar basquetebol

Para bem ensinar são necessários vários tipos de conhecimentos e competências, e a sua devida integração. A título de listagem vou colocar aqui alguns desses tipos de conhecimento e gostaria que os leitores fossem completando. Esta mensagem surgiu-me pela evidência que me parece ser a ideia de que para ensinar é preciso conhecer relativamente bem: o quê?; a quem? em que contexto? como? para que fim?
-Conhecimento do conteúdo ensinado. No caso do basquetebol este tipo de conhecimento envolve saber sobre a táctica e estratégia, a técnica, as regras de jogo, os regulamentos, os formatos competitivos, as exigências físicas da modalidade, etc;
-Conhecimento contextual sobre o jogo, que reputo de importante: conhecimento da história da modalidade; situação sócio-cultural da modalidade no seio do campo desportivo;
-Conhecimento sobre os aprendentes: biologia; psicologia; sociologia.
-Conhecimento pedagógico: pedagogia, didáctica.
-conhecimento pedagógico do conteúdo: envolve conhecimentos sobre como ensinar concretamente a alguém um conteúdo determinado. funde o conhecimento do conteúdo com o conhecimento sobre os aprendentes e o conhecimento pedagógico.
-Conhecimento filosófico: valores; fins e objectivos do desporto.
... para o leitor completar.

E evidentemente, não basta o saber! é preciso querer e poder!
P.S. O professor Amândio Graça, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, desenvolveu a sua tese de doutoramento em torno da questão do "O conhecimento pedagógico do conteúdo no ensino do basquetebol". Tese extremamente bem escrita e interessantíssima que recomendamos ao leitor deste nosso blog Pode encontrá-la e descarregar essa tese aqui.

sábado, 12 de maio de 2012

Convite

Este blog, a exemplo do outro blog que sustento, o "120 anos de basquetebol", já leva 168 mensagens escritas desde que iniciou o ano lectivo. Convido-vos a percorrer as anteriores mensagens e a fazer um comentário aqui. Entretanto vou ficar em pousio até à próxima quinta-feira.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O gosto e a autonomia

Quando se ensina alguém a gostar do jogo e a gostar de aprender e aperfeiçoar-se, está transposta a primeira grande batalha do progresso desportivo de um jogador.
Um segundo aspecto que para mim é essencial é o de conceder, desenvolver a autonomia do jogador desde muito cedo. Eu diria desde o primeiro contacto com o jogo.
O gosto pelo jogo e pelo treino e a autonomia do jogador são dois pilares fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores e equipas. Sem eles nada é sustentado; com eles muitíssimo é possível.
Como fazê-lo? Isso fica para tentar abordar em mensagm futura. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

"Dança com lobos"

Encontrei este texto, publicado pelo professor António Cunha, no blog Andebol de base. Tem referências ao basquetebol, embora se centre no andebol mas possui uma riqueza que merece ser lida. Comece a ler aqui e depois leia o resto no citado blog.

"DANÇA COM LOBOS Nicolau Sevcenko USP
ATACANTE DE HANDEBOL É UM SER INSPIRADO, OBRIGADO A DESENVOLVER RITMO E IMAGINAÇÃO PARA SOBREPUJAR A MURALHA TÁTICA DA DEFESA ADVERSÁRIA
por Nicolau Sevcenko (professor de história na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana da USP e autor de "Orfeu Extático na Metrópole" (Cia. das Letras) entre outros.)
Texto publicado no jornal Folha de São Paulo

Vivi alguns dos momentos mais intensos da minha vida em quadras de handebol. O jogo era uma fissura, uma paixão, uma compulsão. Sempre que podia, passava na quadra o dia inteiro, treinando, jogando e, exausto, voltava para casa e ia dormir sonhando que continuava no jogo.
Compartilhei das primeiras gerações que introduziram o handebol em São Paulo, entre os anos 60 e 70. Tudo era muito novo e excitante, não havia padrões de treinamento, de técnica, de formação tática, posicionamento ou de jogadas. Era um mundo novo para ser incorporado, vivido e inventado em plena ação. Era pura liberdade, explosão e imaginação. Por sorte fiz parte de uma geração incrível. Entre o colégio e, depois, os clubes, em cerca de uma década, deu para encher uma sala de troféus e um baú de medalhas. Jogava no colégio Américo de Moura, heptacampeão dos jogos estudantis. Depois vieram o turbilhonante Juventus, o General Motors, o São Caetano e o Santo André."
Continue a ler.

A importância das perguntas


“Aquele que faz uma pergunta pode ser estúpido durante 5 minutos; aqueles que não fazem perguntas ficam estúpidos para toda a vida.”

Norm Stuart

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Resolução de problemas

"Aprende-se a resolver problemas resolvendo problemas."
George Pólya, matemático hungaro (1887-1985)


Dos jogos desportivos colectivos, tal como o basquetebol, pode dizer-se que consistem em "cascatas" de problemas a resolver e que vão sendo resolvidos individualmente pelos jogadores, grupos de jogadores e equipas. Daí que se possa fazer a extrapolação do domínio da matemática para o do jogo desportivo. A célebre e antiga frase "Aprende-se a jogar, jogando" é exemplo disso.

sábado, 28 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O sentido do cesto

Hoje, a minha aluna Mariana Gonçalves mandou-me uma ligação para um video que mostra um cesto extraordinário.
Veja também o video e depois gostava que lesse o meu comentário.


Será que houve intenção de lançar? Há um índice que me parece indicar que sim. O jogador, mal lança, vira o olhar na direcção do cesto bem rapidamente. Mas para ter a certeza, só perguntando ao jogador. E mesmo assim, podia talvez acontecer de o jogador, em consciência, não saber responder.
É que nisto do desporto (e não só) e do movimento, aquilo que o guia é da ordem de um contínuo que vai do totalmente consciente ao totalmente reflexo. E no meio há toda a gama de transição possível.
Para finalizar o comentário dando corpo ao título que escolhi, eu diria que, assim como os homens possuem vários sentidos (visão, audição, etc) também vão construindo outros mais complexos. Incluo neles, por exemplo, o "sentido do jogo" e dentro dele, o "sentido do cesto".
Não terá sido este "sentido" a funcionar no lançamento do jogador estoniano?
E obrigado Mariana, por causa da tua sugestão ter inspirado esta minha mensagem.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ser professor

"Grande professor é aquele que ensinando pouco, faz crescer no seu discípulo grande vontade de aprender."
Autor desconhecido

P.S. Se algum leitor conhecer o autor agradeço que me diga para lhe dar os créditos devidos.
Esta frase faz-me lembrar a do professor Hermínio Barreto que diz: "Não ensine muito, espere que eles aprendam bastante."

domingo, 22 de abril de 2012

"Quem só sabe de medicina, nem de medicina sabe"

Quem pensa que aprende basquetebol só a praticar, ver, ler ou a estudar basquetebol está muito enganado.
Aproveitará muito mais se, pelo contrário, vir e estudar outros desportos, colectivos ou não, ou mesmo lendo, vendo, estudando coisas muito afastadas do mundo do desporto.
Um bom conselho que aprendi quando frequentava nos anos 80 o curso de Educação Física no Instituto Superior de E.F da Universidade do Porto, estava expresso na seguinte frase: "Quem só sabe de medicina nem de medicina sabe". A frase estava exposta no átrio do rés do chão da Faculdade de Biomédicas Abel Salazar e era atribuída a esse grande expoente da medicina e da cultura nacional, infelizmente perseguido pelo regime anterior ao 25 de Abril de 1974.
Faça-se a transposição e chegar-se-á facilmente à conclusão que aquele que só sabe de basquetebol, provavelmente nem de basquetebol saberá.

sexta-feira, 20 de abril de 2012




“Quando um jogador está inseguro do que tem de fazer, normalmente não faz nada. E não fazer nada é pior do que fazer uma coisa errada. É por isso que dizemos aos nossos jogadores para fazerem alguma coisa, mesmo que esteja errada. Nós iremos corrigi-lo depois.”

Morgan Wootten, in Coaching basketball successfully. Pag 67
Morgan Wootten

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O que é importante para um treinador

"Para um treinador, o resultado final não se lê em pontos a favor ou pontos contra. Ao contrário, lê-se em quantos homens e mulheres de valor se têm transformado, tantos jovens atletas que ele treinou”.
É este resultado que nenhum jornal, estatística ou livro de recordes publicará jamais.
Este é o resultado que ele lerá de si mesmo, quando a última partida terminar “.
Denny Crumm
Retirado do site do Agilson Alves

sábado, 14 de abril de 2012

Para além (por vezes contra) dos sentidos


"Como todos os animais, nós exploramos o mundo por intermédio dos nossos sentidos. Porém, só nós fomos capazes de alargar indefinidamente o alcance dessa exploração. E sobretudo, só nós sabemos olhar, não só com os olhos, mas também com o nosso cérebro. É antes de mais a nossa inteligência, e não os sentidos, que nos permite conhecer a composição química de uma estrela para sempre inacessível, ou determinar o estranho comportamento de certas partículas elementares."
Albert Jacquard, in A herança da liberdade.

Também no basquetebol isto é profundamente válido, não é, meus caros leitores?
Nós lemos e interpretamos as situações de jogo que vemos com os nossos olhos e com outros sentidos (audição, tacto e quinestesia), através dos conhecimentos e habilidades mentais que o nosso cérebro educado socialmente nos permite.

"Noções fundamentais" segundo Gérard Bosc

Gérard Bosc é um nome incontornável do basquetebol francês. Treinador de basquetebol, ex-director técnico nacional, professor de Educação Física
ele tem a particularidade de ter escrito, sozinho ou em parceria, muitos e excelentes livros sobre basquetebol assim como produziu vários documentos audio-visuais (G. Bosc, 1990, 1996; G. Bosc, 1999a, 1999b, 1999c; G. Bosc, Bosc, J., 1991; G. Bosc & Grosgeorge, 1988, 1999; G. Bosc & Poulain, 1996; G. Bosc, Poulain, T., 1990; G. Bosc & Thomas, s. d.).



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sabedoria de Jorge Adelino

Todas as semanas, no site da ANTB, o professor Jorge Adelino escolhe uma frase relacionada com basquetebol e a partir dela desenvolve um comentário.
Todas as semanas lá vou à procura da sabedoria deste grande treinador português, que tem tanto para ensinar a quem quer aprender.
Já agora, ocorreu-me uma frase de Morgan Wootten, que reza assim:
"Remember, learning stops when you think you have all the answers".




terça-feira, 10 de abril de 2012

O exercício e o jogo

"No drill is any good unless it's used in some form in the game. There is no transfer of learning. I emphasize to my guys that anything we do in practice is not a drill. If they get to thinking it's a drill, they won't notice it's the same thing that goes on in the game. I have to tell them that what we're doing in practice is exactly what happens in a game. Everything we do in practice must show itself somewhere in the game, or else we don't do it."
Pete Carril (treinador)

domingo, 8 de abril de 2012

"The Ultimate Coaches' Clinic"

ULTIMATE COACHES CLINIC: DEAN SMITH
"In 2008, Pat Williams, the GM of the Orlando Magic and a tremendous motivational speaker put out a book, "The Ultimate Coaches' Clinic." It is a fascinating book because of the style Pat utilized. He surveyed over 1000 coaches and administrators for insights to what is important to successfully do their job. From time to time I will share a few but it is a great book to own and I highly recommend it. Here are some thoughts from Dean Smith:
1. Building a team takes patience and planning. There are no shortcuts. Repeat drills until good habits are established.
2. Reward unselfish behavior, and profusely praise those acts you want to see repeated.
3. Play hard; play together; play smart.
4. Spell out the importance of team play. One man who fails to do his job unselfishly can undermine the efforts of the four other players on the court. Team goals supersede individual goals. Team success makes each individual stronger."
 in http://hoopthoughts.blogspot.pt/2010/08/ultimate-coaches-clinic-dean-smith.html

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Desequilíbrios

Há dias tomei conhecimento da "chamada" revisão curricular feita pelo ministério da educação.
Pouco depois, por acaso, li uma frase proferida por um aluno francês que me fez trazer logo à mente a dita "revisão".
"O exercício mental, fazêmo-lo trinta horas por semana.
Exercício físico, dez vezes por mês.
Não é lógico!"
Emmanuel, 9.º ano, 15 anos.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Perguntas aparentemente ingénuas

O que aconteceria ao nível da formação de jogadores de futebol se os miúdos não tivessem espaços e tempos livres onde joguem em liberdade, onde criem, experimentem, errem e se divirtam? Felizmente para jogar futebol fácilmente se improvisam balizas e se adaptam espaços, embora estes últimos, cada vez mais escasseiem, fruto de políticas de construção urbana profundamente erradas.
Para encontrar um espaço (mesmo que haja tempo) livre, com uma tabela, onde possam jogar... basquetebol, nos concelhos do Porto ou Gaia, é preciso ir ao fim-do-mundo. É que para jogar basquetebol é preciso pelo menos uma tabela, além do espaço e da bola.
Como é possível que se formem jogadores de basquetebol nestas condições? É que a prática só em espaços e tempos de treinos, necessáriamente limitados, não chega.
E como é possível que se formem crianças e jovens saudáveis e desenvolvidas nas nossas cidades se cada vez menos condições têm para jogar livremente com o seu corpo?



Leitura de jogo, Espaços e Poderes de Acção

Todos estes conceitos de que temos vindo a falar, EJE, CJD, ECP, ZF, para além de serem critérios de leitura do jogo e do seu nível relativo por parte dos treinadores na sua observação armada, podem e devem ser conceitos integrados pelos próprios jogadores e que constituem referências comuns para o seu jogo coordenado colectivamente. Mas para isso é preciso ensiná-los, progressivamente, aos jogadores.
É também claro que a leitura de jogo se liga aos poderes de acção dos jogadores (poderes técnico-físicos). De certo modo um jogador só lê no jogo o que pode fazer, e pelo contrário, os seus poderes de acção exigem a leitura adequada.
Para além destes conceitos de Espaço e dos Poderes de Acção dos jogadores, há índices, - indicadores - no jogo que também contribuem sobremaneira para a leitura de jogo. Na próxima mensagem iremos falar deles.

domingo, 1 de abril de 2012

O "Corredor de jogo directo"

Continuando a definir conceitos que nos permitem ler o jogo, hoje trazemos o importante conceito de "Corredor de jogo directo" (CJD). O CJD, que eu tenha conhecimento, foi pela primeira vez definido pelo professor de Educação Física francês, Justin Teissié, que era também especialista em futebol, num livro de 1961.
Consiste esse CJD, num corredor com cerca de 2 metros de largura e que vai do jogador atacante ao cesto. Há quem tenha feito um desenvolvimento desse conceito e considere que tanto os jogadores atacantes com bola ou sem ela têm esse corredor. Além disso, distinguem o CJD do jogador com bola como sendo a Radial que é um termo da circulação rodoviária que significa uma estrada que traz da periferia ao centro de uma cidade. A periferia é também outro dos conceitos que estão articulados ao CJD e ao "Espaço de jogo efectivo" (EJE). (Ver figura em baixo)
Este conceito (CJD) permite distinguir o jogo directo do jogo indirecto. No primeiro, o ataque consiste em passes ou dribles penetrantes, em lançamentos, em situações de 1X1. Quando a bola sai deste corredor então considera-se que há jogo indirecto.
Também este conceito permite aferir da capacidade e nível de jogo dos jogadores e equipas, tal como os anteriores conceitos que temos vindo a definir: o "EJE", o "Espaço de Finalização"; o "Espaço Corporal Próximo". Com eles podemos ler o jogo produzido. Por isso podemos afirmar que são critérios importantes de leitura do jogo de basquetebol que os treinadores devem dominar e que também são importantes para os próprios jogadores. Fazem parte da línguagem do jogo, e são referências comuns, cujo domínio faz com que o jogo individual, grupal e colectivo se possa articular devidamente, desde que também sejam desenvolvidos concomitantemente, as técnicas individuais e colectivas que os concretizam.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Zona de finalizaçao

Além do "Espaço corporal próximo" e do "Espaço de jogo efectivo", um terceiro precioso indicador do nível de jogo de uma equipa e dos respectivos jogadores é a zona de finalização (ZF).
Esta ZF consiste na área perto do cesto em que o jogador tem uma probabilidade razoável de sucesso no lançamento. Nos principiantes é muito reduzida mas nos jogadores de alto nível é bem grande (lançamentos de 3 pontos).
    ZF de jogadores                ZF de
    jogadores de alto               principiantes
    nível

quarta-feira, 28 de março de 2012

"Espaço de jogo efectivo"

O espaço de jogo efectivo é "uma área poligonal definida pelas linhas que unem os jogadores que se encontram na periferia do espaço ocupado pelas equipas que se defrontam, exceptuando os guarda-redes, num instante determinado e dentro do espaço de jogo regulamentar". (Adaptado de Gréhaigne).
É tanto mais largo quanto maior é o nível de jogo.
Os principiantes, ao nível do jogo anárquico, apresentam um EJE muito restrito a que se costuma chamar a "aglomeração". Um dos indicadores da melhoria do nível de jogo é o aumento da área do EJE. Alargá-lo é um objectivo do ensino.

                                                           Jogo anárquico - Aglomeração


                                                        Jogo mais evoluído - EJE alargado

segunda-feira, 26 de março de 2012

sábado, 24 de março de 2012

Espaço corporal/ Espaço próximo

Uma capacidade que distingue quem tem um maior nível de jogo dos principiantes é a sua área de manipulação da bola. Aquilo que foi chamado de "Espaço próximo". Os jogadores principiantes restringem a sua área de manipulação ao espaço à frente do seu peito, usando as duas mãos. Por isso, quando querem passar e têm adversário bem perto, têm grandes dificuldades em realizarem o passe com eficácia.
Já os jogadores mais evoluídos têm um área de manipulação da bola, muito ampla: cima, baixo, lado direito e esquerdo, e mesmo atrás do corpo. Usam além disso o trabalho de pés, rodando e interpondo pernas, o que protege e aumenta o ângulo dos passes. Esse trabalho, acrescido às fintas, ao olhar dissociado da direcção do passe, torna as transmissões de bola muito mais eficazes e difíceis de defender. Conseguem também realizar passes bem mais longos.
No que respeita à aprendizagem, estes dados anteriormente mencionados dão-nos os seguintes ensinamentos:
-Não se deve usar e abusar do tradicional exercício de passe de peito, face a face.



Esse tipo de exercícios só encerram os principiantes num curto circuito corporal que lhe é natural mas é necessário desconstruir.
-Há que fazer explorar aos jogadores vários tipos de passe, de diferentes pontos de partida em relação ao corpo. Trabalhar o passe em situação de oposição e fazer perceber ao jogador a presença do adversário e como se pode ultrapassá-la.




quinta-feira, 22 de março de 2012

Pete Carril: frase.

"Eu posso avaliar o nível da tua honestidade e compromisso através da qualidade do teu esforço no campo. Tu não podes separar o desporto da tua vida, mesmo que o tentes arduamente. A tua personalidade aparece no campo: egoismo, indiferença, ou outra qualidade qualquer aparece lá. Tu não podes esconder isso."
Pete Carril
Treinador de basquetebol


terça-feira, 20 de março de 2012

Olhar o quê?

"Saber o que é preciso olhar para melhor perceber é uma questão de inteligência"
Piaget



Aquilo que nos diz a frase de Piaget é de grande utilidade, para quem ensina e aprende jogos desportivos colectivos. Perante uma profusão de informações provenientes de todo o lado do jogo, é fácil para o jogador principiante ou para o professor não especialista, perder-se. Daí que tanto o jogador como o professor ou treinador deve saber aquilo em que deve focalizar o olhar, para daí poder fazer uma interpretação correcta que leve a boas decisões no jogo ou no ensino. 

domingo, 18 de março de 2012

Hubie Brown



Hubie Brown é um famoso treinador norte-americano cujas ideias para o treino do basquetebol são bastante interessantes, produtivas e mesmo inovadoras.
Se quer conhecê-las um pouco pode aceder a alguns video clips de demonstração na seguinte ligação:

sexta-feira, 16 de março de 2012

Filho de peixe e filho de homem...


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"Filho de peixe sabe nadar... Isto é verdade só para os peixes...". Se não estou equivocado foi à mais de 25 anos que ouvi esta expressão da boca do professor Teotónio Lima, num seminário de Desportos Colectivos organizado no casino da Póvoa, por uma equipa liderada pelo professor Jorge Araújo. Já ao tempo a achei extremamente importante de significado.
Com o tempo tenho estudado e aprendido que o desenvolvimento dos seres humanos se processa através de formas completamente diferentes das dos animais, mesmo os mais evoluídos como os primatas não humanos. A essência humana está fora do nosso corpo, transmite-se externamente pela cultura material e intelectual. Ao contrário, o desenvolvimento dos outros animais é essencialmente inato, sendo que por isso, os peixes sabem nadar mesmo sem aprenderem com os seus pais... O mesmo não acontece com os humanos. Aquilo que de fundamentalmente nós somos ou temos, aprendemos com os outros. Só nos tornamos pessoas através do contacto humano. Mesmo a marcha erecta é aprendida e isso verificou-se através do que se sabe das crianças selvagens.
No basquetebol as coisas aprendem-se... existe um corpo de saberes externo aos jogadores que eles incorporam em si com as aprendizagens guiadas ou autónomas que fazem. No entanto, o basquetebol é também um jogo de regras. Por isso, a apropriação deve ser activa e consciente por parte dos jogadores. Caso isso não aconteça a aprendizagem do jogo padece de defeitos, atrasos e mesmo distorsões.
Voltaremos ao assunto um dia destes...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Três grandes pedagogos

Hoje publico uma imagem que reune três grandes nomes da pedagogia do basquetebol: Hermínio Barreto, Jorge Adelino e San Payo Araújo. Dedicados em grande parte à formação da nossa juventude através deste nosso jogo





segunda-feira, 12 de março de 2012

"Aprender basquetebol com Hermínio Barreto"

Ontem revi um video chamado "Aprender basquetebol com Hermínio Barreto", já com cerca de três décadas de existência. Nele temos oportunidade de ver as ideias e as acções de um grande mestre.
Salvo erro foi o psicólogo Kurt Lewin que escreveu um dia que "não há nada mais prático que uma boa teoria". Ora Hermínio em acção encarna da melhor forma uma teoria do ensino que outro psicólogo, o soviético Lev Vigotsky elaborou nos anos vinte: a teoria do desenvolvimento potencial. Dizia esse psicólogo - a quem chamaram um dia "o Mozart da psicologia", - que não há apenas um nível de desenvolvimento das crianças que se deva considerar e medir, por exemplo com o auxílio dos tradicionais testes. Segundo ele dever-se-ia considerar também o nível de desenvolvimento potencial que consiste no que a criança consegue fazer com o auxílio de alguém. Ainda segundo Vigotsky, as funções psicológicas superiores, aparecem primeiro ao nível interpsicológico, na relação das crianças e dos adultos, e só depois são interiorizadas e se tornam fenómenos intrapsicológicos, ropriedade das crianças. Desenvolver processos de ensino e de ajuda às crianças, criar uma espécie de andaimes humanos - os professores - que auxiliam as aprendizagens, eis alguns dos desenvolvimentos mais frutiferos dessa teoria que foi produto, provavelmente, da análise de práticas docentes.
Nesse video, ao dirigir crianças com vários níveis de jogo, Hermínio ilustrava na perfeição essa teoria: ao mostrar e justificar a vantagem de se receber com duas mãos em vez de uma; ao demostrar como se deveria fazer ao receber a bola para poder fazer uma boa leitura de jogo; ao levar pela mão um jogador que deveria fazer um aclaramento ao drible de um colega na sua direcção; ao manipular a rotação para a linha final de um jogador que tinha acabado de fazer um ressalto defensivo. Gestos, palavras, manipulações subtís, tudo isso faz parte do reportório pedagógico desse grande mestre chamado Hermínio Barreto.
Poder-se-ia fazer um blog sobre o ensino do basquetebol com materiais retirados apenas da experiência de Hermínio Barreto. Hoje esta mensagem foi apenas uma pequena ilustração disso.




sábado, 10 de março de 2012

Por onde começar?

San Payo Araújo, director técnico do comité de Minibásquete da federação portuguesa de basquetebol já foi apresentado anteriormente nestas nossas mensagens. Uma das suas grandes qualidades é ser um pedagogo com uma grande inventividade e mestria. No seu artigo desta semana para o Planetabasket, apresentou-nos uma ideia sobre o interesse de começar o ensino das técnicas pela lado não dominante, como forma de ganhar tempo. Por exemplo, iniciar o ensino do lançamento na passada pelo lado esquerdo num indivíduo destro. Ele aplicou essa "receita" a jovens adultos sem experiência anterior na modalidade, mas os seus argumentos podem na minha opinião ser válidos para muitos outros praticantes de vários níveis. A ler aqui esse artigo chamado "Não desperdicemos tempo"

San Payo Araújo

quinta-feira, 8 de março de 2012

"Quem joga são os jogadores- parte II"

"O meu artigo anterior no Planeta Basket, “Quem joga são os jogadores” despertou alguns comentários críticos que pensamos poderem estar na base de um desenvolvimento da minha parte,
para além da breve resposta que dei nos comentários. Para isso farei uma pequena excursão pela temática gémea do ensinar/aprender recorrendo principalmente a palavras do professor Hermínio Barreto."

domingo, 4 de março de 2012

Planificação/programação

Sobre esta competência do treinador vejam um video que as aborda. Só é preciso perceber francês. Dominique roux parte das questões sobre este tema que solicita aos formandos.
Tipos de plano; factores da performance; Plano formativo, Plano quadrienal; Plano anual; fases do plano anual; objectivos e conteúdos das fases; conceitos; calendários competitivos; qualidade e quantidade do trabalho, intensidade, volume, recuperação; Planificação semanal; Planificação da sessão, Planificação dos exercícios; Blocos de treino com algumas semanas; Flexibilidade da planificação, reajustamentos. Prioridades; etc.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Mitos ou realidades

A ciência pode e deve relacionar-se com o desporto. Uma das suas funções é esclarecer e explicar o que se passa com determinados fenómenos desportivos. Em alguns casos consegue desfazer alguns mitos. é o caso do vídeo seguinte.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Prática e teoria

"Avaliar, extrair conhecimentos da prática, confrontá-los com modelos teóricos, retornar à prática, parece-nos a via mais segura para minorar as derivas de uma teorização que seria demasiadamente prescritiva do jogo."
Jean-Francis Gréhaigne, estudioso dos em jogos desportivos colectivos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Basquetebol comédia

O Basquetebol nas suas várias formas de prática, proporciona muitos momentos cómicos. Vejam aqui uma sequência deles. 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Conselho aos treinadores

"O objectivo que eu pretendia atingir, é o de vos mostrar que o treino em basquetebol é uma criação contínua, inacabada, e é o de vos convidar, por consequência, a formar-vos sobretudo a inovar e não a ser aplicadores muito fieis e muito ordenados do que podemos dizer que está muito actual ao nível do treino".
Robert Mérand, conferência em 1995


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

FEB

O site da Federação Espanhola de basquetebol, FEB, é uma verdadeira mina de informação para quem gosta de basquetebol e especialmente para os seus actores mais directos: jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes.
No que diz respeito aos treinadores, tem uma secção especial onde se pode encontrar muito de útil para o trabalho de ensino e treino da nossa modalidade. Possui também algumas revistas online, de acesso livre, que são extremamente interessantes.
Recomendo aos treinadores, jogadores e outros leitores que por aqui passem que aproveitem essa mina a céu aberto.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Três conselhos de um pequeno grande jogador.



Hoje trazemos aqui um dos jogadores mais pequenos da NBA, já retirado - Tyrone Bogues - dando conselhos a um pequeno e jovem jogador, sobre como defender um jogador grande.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Michael Jordan e a defesa

Sabias que Michael Jordan foi designado em 1988 o melhor defesa da NBA?
De facto para ser considerado o melhor jogador de todos os tempos não chega ser o melhor atacante. A parte defensiva é fundamental para se poder ser um jogador completo.




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ataque e defesa

Desde muito cedo os jogadores devem ter a noção de que jogar basquetebol é atacar e defender. É evidente que o acto de atacar é muito mais aliciante para um jogador, principalmente quando é jovem. E também sabemos que, no início, devido à vantagem natural da defesa sobre o ataque, dada a fragilidade deste, o treinador deve incidir sobretudo no ensino do ataque.
Se no início, caso tenhamos preocupações pedagógicas, a defesa deve sobretudo acompanhar o ataque sem o asfixiar, à medida que o ataque vai evoluindo, é através de uma maior e progressiva oposição defensiva que o ataque encontra os motivos e as necessidades para melhorar.
Aos meus jogadores costumo dizer que tanto marcam pontos aqueles que encestam como aqueles que impedem os adversários de encestar. Contas feitas é igual. E ainda é melhor aquele que não encesta mas impede de marcar 10 pontos do que aquele que marca 6 pontos e não impede nada.