quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Futebolização do basquetebol"

"Ao iniciar este texto tenho de dizer que aprecio o jogo-futebol. Aliás, antes de me ter apaixonado pelo basquetebol joguei com muito prazer futebol a nível federado.

Já não posso dizer o mesmo do espetáculo triste fora das linhas e às vezes dentro delas em que o nosso futebol é fértil. Não aprecio também a instrumentalização que fazem do futebol tornando-o “a questão nacional” e a doentia hegemonização mediática que dele fazem e que prejudica a prática e o desenvolvimento dos outros desportos, embora com essa denúncia não queira sacudir as responsabilidades das gentes do basquetebol no estado actual menos bom do nosso desporto."

terça-feira, 29 de maio de 2012

"A pedagogia da estupidez"

"Sou do tempo em que se aprendia futebol na rua. Era difícil haver um garoto como eu, lá pelos 11, 12 anos de idade, que não controlasse a bola com qualquer parte do corpo sem deixá-la cair. Lidávamos melhor com uma bola que com uma caneta. Com o passar do tempo aprendíamos o valor do passe, do bom posicionamento, de bater certo na bola. Para o futebol, tornávamo-nos muito inteligentes. Muitos dos meus colegas de infância de Santos tornaram-se profissionais da bola. Não tenho dúvidas quanto à eficácia daquela pedagogia de rua, em que os mais velhos ensinavam aos mais novos e todos ensinavam todos, movidos pela ambição de se tornarem profissionais ou simplesmente pelo gosto de jogar. Quando fui para a universidade, causou-me espanto perceber que essa linda e eficaz pedagogia não foi absorvida pelos estudos universitários. A mesma estupidez que existia nos treinamentos antigos do futebol profissional persistem ainda hoje, sem que os estudos acadêmicos os influenciassem. E quando as tais escolinhas de futebol foram inventadas, deixaram a rua de fora e criaram a pedagogia do cone e da estupidez; nada trouxeram da universidade. Deixo de lado, em minha crítica, as boas escolinhas, que existem, e as louvo."




domingo, 27 de maio de 2012

Pistas de resposta

Para poderem responder à questão da mensagem anterior, aqui vão umas pistas:
-Mikan vem do nome do jogador Georges Mikan, um dos primeiros verdadeiros postes do basquetebol norte-americano que jogou nos primeiros tempos da NBA;
-O "Mikan drill" tem a ver com exercícios para o trabalho de poste.
Vamos lá ver se agora os amigos leitores respondem à pergunta e me informam até de coisas que eu nem sequer sei sobre ela.

sábado, 26 de maio de 2012

Cultura basquetebolística: "Mikan drill"

Existem no basquetebol um nome/conteúdo chamado "Mikan Drill". Sabes qual é a origem desse nome, o que é e para que serve?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Conhecimentos necessários para bem ensinar basquetebol

Para bem ensinar são necessários vários tipos de conhecimentos e competências, e a sua devida integração. A título de listagem vou colocar aqui alguns desses tipos de conhecimento e gostaria que os leitores fossem completando. Esta mensagem surgiu-me pela evidência que me parece ser a ideia de que para ensinar é preciso conhecer relativamente bem: o quê?; a quem? em que contexto? como? para que fim?
-Conhecimento do conteúdo ensinado. No caso do basquetebol este tipo de conhecimento envolve saber sobre a táctica e estratégia, a técnica, as regras de jogo, os regulamentos, os formatos competitivos, as exigências físicas da modalidade, etc;
-Conhecimento contextual sobre o jogo, que reputo de importante: conhecimento da história da modalidade; situação sócio-cultural da modalidade no seio do campo desportivo;
-Conhecimento sobre os aprendentes: biologia; psicologia; sociologia.
-Conhecimento pedagógico: pedagogia, didáctica.
-conhecimento pedagógico do conteúdo: envolve conhecimentos sobre como ensinar concretamente a alguém um conteúdo determinado. funde o conhecimento do conteúdo com o conhecimento sobre os aprendentes e o conhecimento pedagógico.
-Conhecimento filosófico: valores; fins e objectivos do desporto.
... para o leitor completar.

E evidentemente, não basta o saber! é preciso querer e poder!
P.S. O professor Amândio Graça, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, desenvolveu a sua tese de doutoramento em torno da questão do "O conhecimento pedagógico do conteúdo no ensino do basquetebol". Tese extremamente bem escrita e interessantíssima que recomendamos ao leitor deste nosso blog Pode encontrá-la e descarregar essa tese aqui.

sábado, 12 de maio de 2012

Convite

Este blog, a exemplo do outro blog que sustento, o "120 anos de basquetebol", já leva 168 mensagens escritas desde que iniciou o ano lectivo. Convido-vos a percorrer as anteriores mensagens e a fazer um comentário aqui. Entretanto vou ficar em pousio até à próxima quinta-feira.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O gosto e a autonomia

Quando se ensina alguém a gostar do jogo e a gostar de aprender e aperfeiçoar-se, está transposta a primeira grande batalha do progresso desportivo de um jogador.
Um segundo aspecto que para mim é essencial é o de conceder, desenvolver a autonomia do jogador desde muito cedo. Eu diria desde o primeiro contacto com o jogo.
O gosto pelo jogo e pelo treino e a autonomia do jogador são dois pilares fundamentais para o desenvolvimento dos jogadores e equipas. Sem eles nada é sustentado; com eles muitíssimo é possível.
Como fazê-lo? Isso fica para tentar abordar em mensagm futura. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

"Dança com lobos"

Encontrei este texto, publicado pelo professor António Cunha, no blog Andebol de base. Tem referências ao basquetebol, embora se centre no andebol mas possui uma riqueza que merece ser lida. Comece a ler aqui e depois leia o resto no citado blog.

"DANÇA COM LOBOS Nicolau Sevcenko USP
ATACANTE DE HANDEBOL É UM SER INSPIRADO, OBRIGADO A DESENVOLVER RITMO E IMAGINAÇÃO PARA SOBREPUJAR A MURALHA TÁTICA DA DEFESA ADVERSÁRIA
por Nicolau Sevcenko (professor de história na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana da USP e autor de "Orfeu Extático na Metrópole" (Cia. das Letras) entre outros.)
Texto publicado no jornal Folha de São Paulo

Vivi alguns dos momentos mais intensos da minha vida em quadras de handebol. O jogo era uma fissura, uma paixão, uma compulsão. Sempre que podia, passava na quadra o dia inteiro, treinando, jogando e, exausto, voltava para casa e ia dormir sonhando que continuava no jogo.
Compartilhei das primeiras gerações que introduziram o handebol em São Paulo, entre os anos 60 e 70. Tudo era muito novo e excitante, não havia padrões de treinamento, de técnica, de formação tática, posicionamento ou de jogadas. Era um mundo novo para ser incorporado, vivido e inventado em plena ação. Era pura liberdade, explosão e imaginação. Por sorte fiz parte de uma geração incrível. Entre o colégio e, depois, os clubes, em cerca de uma década, deu para encher uma sala de troféus e um baú de medalhas. Jogava no colégio Américo de Moura, heptacampeão dos jogos estudantis. Depois vieram o turbilhonante Juventus, o General Motors, o São Caetano e o Santo André."
Continue a ler.

A importância das perguntas


“Aquele que faz uma pergunta pode ser estúpido durante 5 minutos; aqueles que não fazem perguntas ficam estúpidos para toda a vida.”

Norm Stuart

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Resolução de problemas

"Aprende-se a resolver problemas resolvendo problemas."
George Pólya, matemático hungaro (1887-1985)


Dos jogos desportivos colectivos, tal como o basquetebol, pode dizer-se que consistem em "cascatas" de problemas a resolver e que vão sendo resolvidos individualmente pelos jogadores, grupos de jogadores e equipas. Daí que se possa fazer a extrapolação do domínio da matemática para o do jogo desportivo. A célebre e antiga frase "Aprende-se a jogar, jogando" é exemplo disso.