sábado, 31 de dezembro de 2011

Soluções originais

Uma solução original para um problema de tempo, eis o que Yao Ming, gigante chinês que recentemente se retirou da NBA, demonstrou descobrir aqui, neste video.
Boas aprendizagens e "ensinagens" no basquetebol é o que vos desejo para 2012. Cheias de criatividade como as do video.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A solução e o problema

"... é mais fácil encontrar soluções se soubermos com clareza qual é o problema"
Eric Dunning, in A génese do desporto: um problema sociológico, do livro de Norbert Elias, A busca da excitação.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O segredo é a alma do negócio?

Se o segredo, como diz o ditado, é a alma do negócio, porque é que a maioria dos grandes treinadores em vez de guardar a sete chaves os seus conhecimentos e ideias sobre o jogo, têm tendência a partilhá-los com os seus colegas?

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Clinic sobre passe

Caro treinador ou jogador curioso, se quiseres assistir às imagens de um clinic sobre Passe e aprender com um dos grandes treinadores mundiais, Etore Messina, segue este link da FibaEurope. Que te faça bom proveito como me fez a mim que o vi recentemente. Só tens de perceber inglês e ter cerca de uma hora para o ver.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O segredo: mais uma vez revelado.

O segredo: mais uma vez revelado, é o título que poderíamos dar a este pequeno vídeo que fala sobre como um grande jogador do basquetebol brasileiro o chegou a ser.
Veja aqui o vídeo.

domingo, 25 de dezembro de 2011

A arca dos grandes treinadores

Os grandes treinadores, geralmente, caracterizam-se por uma grande generosidade. Regularmente transmitem as suas ideias sobre o jogo e sobre o treino de uma forma bem explícita. Parecem não guardar para si os seus segredos.
Eles têm uma arca de coisas importantes que não se importam de revelar e sabem que é através desse processo colectivo de debate com os outros que o jogo, as equipas e os jogadores evoluem mais depressa.
Penso que não é possível caracterizar um treinador como verdadeiramente grande sem ele ter esta qualidade de abertura e generosidade para com os outros.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Resolver o "jogo anárquico" segundo Eliseu Beja

Relativamente às primeiras fases da aprendizagem do basquetebol, vamo-nos reportar  a um artigo que o professor Eliseu Beja escreveu em 1984 para a Revista Horizonte de Educação Física e Desporto. Nesse artigo, chamado "Transposição da defesa. Um caminho a percorrer. Uma proposta metodológica para a iniciação do basquetebol", estabeleceu de modo muito acertado, quanto a nós, quais os problemas, objectivos e princípios a conseguir atingir nas primeiras três fases pelas quais os jogadores passam. O quadro global de partida em que a aprendizagem se faz, segundo este autor, é a do jogo global com defesa homem a homem todo o campo. 
Relativamente a uma primeira fase, a do "Jogo anárquico" como é geralmente chamado, o problema reside na atracção pela bola por parte de todos os jogadores, provocando grandes aglomerações. Tal situação nem proporciona condições de boa percepção, decisão e acção ao possuidor da bola, nem de possível recepção aos que a não possuem. Eliseu Beja aconselha a que o treinador aproveite os momentos de aglomeração nas situações de jogo, para que os jogadores tomem consciência de que a aglomeração é prejudicial. A indicação óbvia é a das vantagens do afastamento da bola para poder receber ou para permitir ao possuidor da bola driblar ou passar.
Um segundo procedimento é o de tornar consciente também o objectivo do jogo: a concretização. E como tal só é possível aproximando-se do cesto, torna-se evidente um objectivo intermédio: a progressão.
Como os meios para a progressão ao dispor dos jogadores são o passe ou o drible, o treinador deve fazer aprender quando é que se deve utilizar um ou outro, não em função de uma hierarquia abstracta mas sim em função da adequação à situação.
Eliseu Beja, aponta ainda mais dois princípios de jogo importantes para resolver os problemas desta fase de aprendizagem: "Quem recebe a bola, de imediato deve virar-se na direcção do cesto contrário." Este princípio permite criar boas condições de percepção e análise das situações de jogo. Por outro lado, aponta também como princípio que "Quem passa deve correr para o cesto com o objectivo de receber mais à frente". Ao dizer que há a possibilidade de receber mais à frente o jogador fica com maior predisposição a passar a bola.
Chegados aqui e conseguindo que estes comportamentos anteriormente mencionados sejam assumidos pelos jogadores, Eliseu Beja pensa que podemos passar a uma nova fase do jogo a que chama "O equilíbrio ofensivo". Fica para uma próxima mensagem que esta já vai longa.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Resolver os problemas na iniciação ao basquetebol

Como resolver os problemas do jogo e dos jogadores na iniciação ao basquetebol?
Em primeiro lugar é necessário identificar bem os problemas. Em segundo lugar é preciso definir objectivos que vão ao encontro da resolução dos problemas. Nesta definição de objectivos exprimem-se quais são as prioridades. Por último escolhem-se as estratégias e os exercícios ou tipos de actividades e jogos que juntamente com as intervenções pedagógicas dos treinadores vão resolver os problemas. Esta é a sequência que me parece ser correcto seguir.
Numa próxima mensagem irei directo à questão de resolver os dois problemas/dificuldades que identifiquei na iniciação ao basquetebol: a conservação da bola e o conseguir fazê-la avançar, os quais estão presentes no fenómeno da aglomeração.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Os primeiros problemas na iniciação ao basquetebol

Os dois problemas tácticos principais na iniciação do basquetebol são, na minha opinião, a dificuldade na conservação da bola e no fazer avançar a bola no terreno de jogo. Estes problemas estão ligados indissociavelmente ao fenómeno da atracção e aglomeração junto à bola, que juntamente com algumas dificuldades afectivas, psicomotoras e cognitivas provocam os dois ditos problemas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O fulcro da questão no basquetebol

"O fulcro da questão no basquetebol, não reside nos sistemas tácticos ou nos exercícios de treino que utilizamos, mas sim naquilo que, por via deles, cada treinador consegue ensinar e fazer melhorar os jogadores com quem trabalha."
Lou Carnesecca (1985) Intervenção técnica no curso de formação de treinadores de basquetebol nível III. FPB, Carvalhos. citado por Orlando Simões na sua tese de mestrado.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

William Jones e o minibásquete

William Jones, secretário geral da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) durante mais de quatro décadas, exprimiu por palavras o que significava para ele este jogo e as diferenças com o basquetebol:
"O minibásquete é uma espécie de porta pela qual as crianças, raparigas e rapazes, podem entrar no mundo do desporto de competição jogando basquetebol. O basquetebol junior, pela sua parte, é uma espécie de escada pela qual vão subindo os jovens jogadores de basquetebol até que adquirem a maturidade necessária para ingressar no mundo do basquetebol".
Se quiseres saber mais acerca deste personagem fulcral no mundo do basquetebol percorre também o nosso blog gémeo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O basquetebol e as pessoas: William Jones

No basquetebol, como em tudo, o que faz mover as coisas são as pessoas. Se James Naismith foi o pai do basquetebol e Forrest "Phog" Allen foi o pai dos treinadores de basquetebol, William Jones pode considerar-se como o grande impulsionador da organização do basquetebol a nível mundial. Esteve na base da fundação da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) em 1932 e manteve-se como seu secretário geral durante 44 anos.
Cosmopolita, poliglota, com grande formação de base em pedagogia e em Educação Física e desporto, conseguiu congregar esforços e pessoas para dar independência e autonomia de direcção ao basquetebol. Foi ele também que promoveu pela primeira vez os grandes eventos do basquetebol mundial e assegurou com grande diplomacia e persistência o desenvolvimento e unidade do basquetebol. Por tudo isto foi chamado por muitos de "Senhor basquetebol mundial".
PS: acerca de Naismit e Allen, podes ler mensagens no blog gémeo deste.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Memórias de treinadores

Uma vantagem de saber outras línguas é a possibilidade de aceder a novos conhecimentos falados ou escritos nessas línguas.
Como na minha época de estudante o francês estava na moda, eu estudei-o sete anos. Ficaram alguns rudimentos que, depois mais tarde, trabalhados com muita leitura, me permitiram aceder ao mundo da Educação Física e do desporto de língua francesa.
Vem isto a propósito de uma entrevista que vi, no âmbito das memórias orais que o instituto do desporto francês, o INSEP, disponibiliza na internet. Nessa entrevista, uma ex-treinadora de patinagem artística, na altura com 95 anos, contava algumas das suas experiências e dava algumas das suas opiniões sobre o treino desportivo. Mesmo muito interessante.
Para já deixo-vos aqui com o link. Noutra altura falarei um pouco da entrevista, principalmente para quem não fala a língua francesa.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Investimento e retorno

A propósito do trabalho de construção de postes, por parte de jogadores que não são aparentemente os mais dotados fisicamente para essa posição, Pete Newell, grande especialista no trabalho de postes afirmava:
"Da experiência sabemos que se um jogador consegue receber a bola, tem um desejo de jogar o jogo, e é ansioso por aprender e por trabalhar no duro, o retorno é frequentemente melhor do que o investimento."

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"O ensino do basquetebol"

João Oliveira já publicou alguns livros. Hoje queríamos recomendar a leitura de um livro que ele escreveu sobre o ensino do basquetebol, e onde já vinham vertidos muitos dos conceitos que ele defendeu na sua intervenção de sábado. É um livro fundamental na literatura desportiva em Portugal para os treinadores portugueses que ensinam o jogo.
Algumas citações da sinopse e do prefácio.
Da sinopse:
"O Ensino do Basquetebol. Gerir o Presente. Ganhar o Futuro é uma obra para profissionais de desporto, estejam eles no Clube ou na Escola.
Tendo em conta as necessidades pedagógicas do treinador/professor - aos níveis estrutural, formal e funcional e relativamente a situações individuais, reduzidas e globais ou de equipa -, este livro é o resultado da mistura ideal entre a teoria e a prática e tem como objectivo responder à seguinte questão: Como se organiza o processo de ensino do basquetebol?"
Do prefácio:
«Para os que não saibam, o autor fez parte, enquanto jovem atleta, de equipas cuja preparação fui responsável. Considerado já nessa altura como um dos chamados atletas difíceis (entenda-se: não manipulável pelos treinadores!), fazia prever o profissional que o futuro ditou. Responsável, participativo, trabalhador incansável, senhor da sua opinião; gostava de saber os porquês das coisas e não hesitava em discordar do treinador se fosse caso disso.»
Jorge Araújo

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"Jogador multidimensional"

"Jogar basquetebol é divertido. E quanto mais coisas os jogadores conseguem fazer no basquetebol - em mais áreas do terreno - mais divertido o jogo é para eles. É por isso que fora da época, nos jogos a brincar, os postes gostam de ir para o perímetro, e os bases gostam de ir para o interior e finalizar aí. Para os jogadores grandes, é divertido ser capaz de subir a bola em drible e fazer movimentos de um contra um da posição de base ou de extremo. Para os jogadores pequenos, é divertido expandir o seu jogo através de trabalho de poste ou afundando. Hoje, os jogadores consideram essa versatilidade de papeis uma justa parte do jogo e uma oportunidade para usar um leque grande de habilidades. Os jogadores e equipas que melhor usam as suas habilidades individuais e colectivas em todas as áreas do campo - incluindo a de poste - serão recompensadas."
Pete Newell & Swen Nater, in Pete Newell's Playing Big. The definitive guide to modern post play.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A formação dos Postes

Se o basquetebol é um só, numa perspectiva mais global, por outro lado é verdade que apresenta muitas especificidades em função de vários aspectos ligados ao jogo.
Por exemplo: enquanto no clinic do bolacesto, João Oliveira fazia reflectir os presentes sobre a necessidade de prescindir da formação de postes de raíz, dadas as características do jogador português e da sua relação de forças nas contendas com outros países, aqui ao lado, na vizinha Espanha, que é uma potência basquetebolistica de primeiro nível, como sabemos, a formação dos Pivots é uma preocupação actualíssima. Damo-vos conta de como os treinadores superiores fizeram uma acção de formação sobre o Pivot, em que os "professores" foram dois ex grandes interpretes desse posto específico, Orenga e Arlauckas.
Deixamos aqui os links para poder aceder a bocadinhos dessa acção: aqui e aqui.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As mensagens de João Oliveira (1)

João Oliveira é, como disse José Ricardo, alguém que "pensa o jogo e pensa bem". De facto quem assistiu à intervenção de João Oliveira viu alguém a defender de forma consequente, tanto na teoria como na prática, uma forma de jogar o jogo: o jogo por leitura.
Seria muito interessante apresentar um documento completo com o que João Oliveira disse e fez trabalhar os jogadores que tinha à sua disposição. Como não é aqui o lugar mais adequado, vamos, apenas dar conta de algumas ideias que foram por ele transmitidas.
Conhecer o contexto: João Oliveira parte do conhecimento profundo que tem do nosso basquetebol e da concorrência com que tem competido. Esse conhecimento foi obtido como participante directo ou como observador, a nível nacional e internacional. Ele acha que não temos jogadores com características adaptadas para jogar de igual para igual com a nossa concorrência, a nível de postes.
Objectivos: daí que ele, a partir do que conhece, preconize para o basquetebol português uma aposta na formação de jogadores exteriores, bases e extremos, sendo o jogo interior praticado deste modo, por jogadores que não são postes. E esse jogo interior, adopta soluções particulares devido ao facto dos seus interpretes não serem postes de formação.
Concepções dicotómicas de treino: usar ou desenvolver jogadores? Ensinar jogadas ou ensinar a jogar? João Oliveira, opta decididamente pela segunda possibilidade das questões. Para ele, chegar a um clube e "montar o esquema", aproveitando o que existe, pode ser a curto-prazo rentável, mas o que acontece é que, quando se sai do sítio onde se treinou, se deixa os jogadores com o que sabiam quando se lá chegou. A ideia de promoção dos saberes dos jogadores é para ele essencial, e para isso, o jogo por leitura, que requer dos jogadores o desenvolvimento da autonomia de decisão e dos poderes de acção, é fundamental.
Hoje ficamos por aqui. Muito mais há para dizer noutra mensagem.

domingo, 11 de dezembro de 2011

As mensagens de José Ricardo (1)

Começo pelas mensagens que José Ricardo transmitiu e que me sensibilizaram particularmente:
Clareza: em todas as suas intervenções, a clareza foi uma constante. Clareza de propósitos, para cada um dos exercícios que apresentou; clareza nas correcções; clareza nas mensagens que transmitia aos atletas e aos treinadores presentes.
Sentido do essencial: pelo menos, por duas vezes, José Ricardo vincou a importância de os treinadores não se perderem nas coreografias dos exercícios, mas usarem da simplicidade da sua organização de modo a centrarem-se realmente nos conteúdos a transmitir e a fazer aprender. Da sua experiência como formador de treinadores, chamou a atenção para um dos erros típicos dos treinadores principiantes em darem mais importância à "coreografia" dos exercícios do que àquilo que é o seu conteúdo essencial.
Ligar o exercício ao jogo: as formas de organização e as suas evoluções devem ir no sentido de uma ligação à forma do jogar. Isto foi explicitamente transmitido verbalmente, a meio da sua intervenção, mas acima de tudo foi uma constante nos exercícios que apresentou. Por exemplo, o primeiro exercício e a sua sequência, ao mesmo tempo que trabalhavam aspectos técnicos do lançamento na passada após passe e corte, ligavam-se à transição defesa-ataque, seguindo alguns dos princípios clássicos dessa transição.
A comunicação e o aspecto humano do treino: José Ricardo valorizou bastante estes aspectos do treino e do jogo, indo ao ponto de os integrar explicitamente nos exercícios. Dois exemplos foram a exigência de se dizer o nome do colega para quem se passa a bola e o sorrir ao lançar na passada. Este último aspecto fez-me lembrar, salvo erro, o grande psicólogo americano, já clássico, William James, de tendência behaviourista, que dizia que não choravamos por estarmos tristes, mas estamos tristes por chorarmos...
Ao almoço, tive a oportunidade de estar perto do círculo de pessoas que conversaram com o José Ricardo. Nessa conversa vi como ele sedimentou uma filosofia de treino e de estar no basquetebol e na vida, demonstrativa de grande sentido de responsabilidade humana, o qual se expressa, sobretudo, na forma como se sentem as dificuldades dos outros e se reage em conformidade.

sábado, 10 de dezembro de 2011

1.º Clinic do Bolacesto

Neste sábado, os treinadores presentes no 1.º Clínic do Grupo Desportivo Bolacesto, clube onde colaboro, tiveram a oportunidade de presenciarem duas excelentes intervenções de dois treinadores portugueses: João Oliveira, coordenador do Vasco da Gama e José Ricardo, coordenador do Barcelos. Embora com conteúdos e estilos diferenciados, ambos deram um óptimo contributo para a reflexão acerca do tipo de basquetebol adaptado aos jogadores portugueses e da forma como os treinar. Em próximas mensagens irei expor algumas das coisas que foram transmitidas e que mais me tocaram.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O trabalho de equipa

Por falarmos no fundamento que temos vindo a tratar nas últimas mensagens, o passe, devemos dizer que ele é o constituinte essencial do trabalho de equipa. A bola é o meio de comunicação directa entre os jogadores de uma equipa. Quando ela circula rapidamente, ligando jogadores também em movimento e bom posicionados, torna-se tremendamente difícil defender esse trabalho colectivo.
Vem a propósito o video que apresentamos sobre Trabalho de Equipa - Teamwork - com imagens da NBA. Algumas das sequências de passe são verdadeiros rendilhados artísticos. Apreciem!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As assistências

Por falarmos em passe, a forma mais espectacular do passe, e a mais eficaz, é a da assistência (o passe decisivo), pois coloca o recebedor numa situação de máxima oportunidade de finalização.
Em baixo colocamos um video com algumas das melhores assistências, realizadas por alguns dos seus melhores interpretes da NBA, a começar no histórico Bob Cousy. No decorrer do video aparecem também alguns comentários de jogadores e treinadores sobre este "gesto" espectacular. A respeito desta acção, é interessante ouvir Bob Cousy a dizer que também nela, "a necessidade é mãe da invenção".
Queremos no entanto lembrar que nem todos os passes podem ser assistências e que o passe tem muitas e tão importantes funções no jogo para além dessa forma tão espectacular.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Passe: diferenças entre principiantes e peritos

Nas últimas mensagens temo-nos referido ao fundamento do passe.
Hoje, vou tentar fazer um comparação entre algumas características do passe dos principiantes e o passe dos jogadores peritos:
-os principiantes passam a duas mãos, da área de manipulação habitual, à frente do peito. Os peritos passam descentradamente em relação ao tronco, a partir de qualquer lado, de modo a fugirem à acção do defensor;
-os principiantes, se passam a uma mão, usam sempre a mão dominante e não trabalham o pé-eixo. Os peritos usam a mão de fora, mais distante do defesa, e o pé-eixo, o que lhes permite abrir ângulos e linhas de passe.
-os principiantes têm um leque restrito de técnicas de passe e usam-nas de forma pouco adaptada. Os peritos têm um largo reportório de técnicas de passe e usam-nas adequadamente à situação, muitas vezes com grande criatividade;
-os principiantes, muitas vezes passam com pouca força ou fazem passes bombeados. Os peritos usam a força adequada à situação;
-os principiantes telegrafam o passe. Os peritos dissimulam o passe, muitas vezes através de fintas, fixando os defensores;
-os principiantes passam para o colega, sem terem em conta o seu defensor nem o defensor do colega. Os peritos passam para o lado vazio de defesa, tomando em conta a posição dos adversários.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Definição de sucesso

"Success is peace of mind which is a direct result of self-satisfaction in knowing you did your best to become the best you are capable of become."

"Sucesso é a paz de espírito que é o resultado directo da auto-satisfação de saber que fizeste o melhor do que és capaz."
John Wooden

domingo, 4 de dezembro de 2011

Exercícios a pares com duas bolas

Hoje trago-vos um video com propostas de trabalho coordenativo entre duas jogadoras, com duas bolas, que envolvem:
-posição de tripla ameaça;
-manejo de bola;
-diferentes tipos de passe;
-trabalho com a mão direita e com a mão esquerda (ambidextria, tão importante no basquetebol);
-timing de execução a pares.
Experimentem. Precisam apenas de vocês mesmas (duas jogadoras) e duas bolas, que nem precisam de ser de basquetebol.
Sugestões: quando dominarem cada uma destas propostas, tentem fazer o mais rápido possível e inventem outros exercícios.


sábado, 3 de dezembro de 2011

Ensinar e... aprender

"Eu acredito que é impossível dizer que tu ensinaste, quando ainda há estudantes que ainda não aprenderam."
John Wooden, citado em Nater € Gallimore, in You haven't taught until they have learned.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O passe no jogo e no treino (1)

O passe é um dos fundamentos mais mal trabalhados do jogo. Esta é uma das constatações que pode fazer um treinador atento.
Porque é que isso acontece?
Talvez haja duas razões principais:
-por um lado, há quem pense que o passe é qualquer coisa de natural, que os jogadores fazem ou não, sem ser ensinável. É evidente que só se retira essa conclusão da prática, pois na teoria, nenhum treinador de bom senso a assumiria explicitamente;
-por outro lado, o ensino do passe é feito, como se este fundamento fosse algo que só dissesse respeito a dois parceiros da mesma equipa, ou pudesse ser bem ensinado apenas tendo em conta o seu "como". Ora o passe é algo que só pode ser devidamente realizado quando os dois companheiros que o realizam têm em conta, pelo menos, os (dois) adersários que os marcam. E não é isto que vemos, na maior parte das vezes, no ensino ou treino do passe.
O pequeno video que vos apresentamos em baixo tem a virtude de apresentar alguns tipos de técnicas de passe, - passe de peito, cima da cabeça, picado lateral, com prévio uso de fintas -, em função da oposição defensiva.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Formar o cinco ideal

"Alguns dizem-te que tens de usar os teus cinco melhores jogadores, mas eu descobri que tu vences com os cinco que encaixam melhor como equipa"
Red Auerbach
Comentário: Acho que todos nós, treinadores, já aprendemos, na prática, a grande verdade encerrada nesta frase. E isto vale tanto para as equipas de alto rendimento como para as de formação.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O "crossover" e a sua evolução

O "crossover", a mudança de direcção em drible, é um dos mais poderosos argumentos a usar no 1X1. Vejam aqui um video sobre a evolução desta técnica nas três últimas décadas, na voz de alguns dos seus melhores interpretes da NBA.
É uma técnica a aprender e a usar desde o iníco do percurso formativo como jogadores.


domingo, 27 de novembro de 2011

Educar a capacidade de "leitura de jogo".

"Preocupação permanente é... a de conseguirmos que os jovens percebam o porquê das acções que realizam, enquanto jogam.
Ser capaz de "ler o jogo" é fundamental para que o praticante seja eficaz nas suas acções. É a leitura de jogo que permite que as respostas sejam as mais adequadas à situação. Trata-se de uma capacidade tão educável como qualquer outra, através da nossa intervenção.
Antes de mais, exigindo sempre que o jogador veja o jogo antes de decidir o que fazer; depois, através de "feed-back" substantivos nas situações de jogo que o justifiquem.
A intervenção deverá ser, como é óbvio, adequada ao nível dos praticantes, devendo estar claro o que já são capazes de "ler" (exigir sempre, não permitir regressão) e o que queremos que aprendam a "ler" em seguida (reforços positivos).
Isto é, o jogo dirigido é um meio essencial para educar a capacidade de leitura de jogo."

Hermínio Barreto e Mário Gomes, in "A concretização de uma unidade didáctica em basquetebol"

sábado, 26 de novembro de 2011

Infantis B femininas: 1.º jogo amigável.

Hoje de manhã, entre as 8h45 e as 10h30, a nossa equipa de Infantis B, feminina, da EB2,3 de Oliveira do Douro, Gervide, realizou o seu primeiro jogo (amigável) com uma equipa do Grupo Desportivo Bolacesto, composta por jogadoras da mesma idade das nossas. Estiveram presentes pela nossa parte 18 jogadoras e pelo Bolacesto, 8.
De modo a darmos oportunidade a todas as presentes de jogarem o mais possível, fizemos primeiro jogos em campos transversais, 4 contra 4. Só depois experimentamos jogar a campo inteiro 5 contra 5. Finalizamos com as jogadoras das duas equipas compondo equipas mistas em jogos 5 contra 5 em campos transversais.
O Bolacesto, dando lugar à sua maior experiência em número de treinos e de jogos foi superior nos resultados dos jogos e na forma de jogar. No entanto as jogadoras da Gervide deram boa conta de si e lutaram muito bem. Demonstraram saber comportar-se dentro de um campo de jogo e que há boas perspectivas para o futuro caso se mantenham unidas e se esforcem por melhorar.
Esta jornada serviu também para aprender e consolidar uma forma de aquecimento para jogos e aprender algumas rotinas fundamentais que todas as jogadoras devem saber fazer neste tipo de acontecimentos desportivos.
No fim todos se cumprimentaram com fair-play, coisa que nos esquecemos no início dos jogos, tão preocupados estávamos em pôr as atletas a jogar e a aproveitar o pouco tempo disponivel. Ficaram desde já agendadas, possíveis repetições destes jogos.

A Iniciação Desportiva Generalizada

Por falar em formação desportiva generalizada, hoje vamos dar a conhecer uma iniciativa dos anos 60 do século XX, em Portugal, em que estiveram envolvidos os professores de Educação Física José Esteves e Francisco Costa. Ocorreu no Barreiro, na antiga CUF, e proporcionou a muitas crianças que lá viviam experiências inolvidáveis, contribuindo até para formar futuros desportistas de renome em vários desportos.
Nessa iniciativa, chamada de Iniciação Desportiva, as crianças tinham a oportunidade de praticar vários desportos, desde os desportos colectivos à patinagem, e também jogavam e aprendiam Xadrez.
Se pensarmos bem, quem avançou com esta iniciativa estava muitos anos à frente do seu tempo e ainda hoje isto não se faz, como deveria fazer-se. Ao ver-se como os peritos espanhóis que conduzem actualmente o seu basquetebol, preconizam uma prática diversificada para além do básquete até aos 16 anos de idade, é motivo mais do que sufuiciente para admirar esses professores veteranos de EF.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Publicações do professor Hermínio Barreto

Voltamos a fazer aqui referência a uma mensagem que publicamos hoje no blog gémeo deste, com as publicações do professor Hermínio Barreto, verdadeiros clássicos da pedagogia do basquetebol, de grande utilidade para quem ensina este desporto.

Formação desportiva generalizada.

O Nuno Tavares, em artigo saído no Planetabasket, refere que em Espanha, actualmente, aconselham os jovens antes dos 15/16 anos a experimentar e a praticar vários desportos e não só o basquete, como forma importante da sua formação de atletas. Esta forma de conceber a prática juvenil, dilata o período (até aos 12/13) que até agora era recomendado por vários especialistas do treino de jovens e que chegou a ser uma prática em Portugal, em certos locais, como a CUF do Barreiro, por iniciativa do professor José Esteves e com a participação directa do professor Francisco Costa.
Se és jovem tenta aumentar o leque das tuas experiências desportivas. Se és treinador, tenta fazer com que as experiências dos teus atletas se diversifiquem.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hermínio Barreto: as suas ideias para o ensino do basquetebol.

Estou a repartir entre este blog e o 120 anos de basquetebol as mensagens sobre o professor Hermínio Barreto. A razão é simples: ele é simultaneamente um autor moderno, pois as suas ideias para o ensino do basquetebol são actuais, e é também um clássico, não só ou essencialmente por ter um passado longo no basquetebol, mas por ter classe, como dizia o maestro Lopes Graça.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A arte de ensinar feita pessoa

Se há alguém em Portugal que personifique a arte de bem ensinar o basquetebol, esse alguém é o professor Hermínio Barreto.
Quem já teve a oportunidade única de o ver ensinar sabe do que falo. Quem não teve e faz parte desta família do basquete, deveria reservar um tempo a procurar coisas deste grande mestre.
Em próximas mensagens dedicar-me-ei a dar algumas referências para aqueles que querem saber mais da arte de ensinar de Hermínio Barreto.
Para já, aqui fica uma citação que encontrei no site do Planetabasket e que é toda uma filosofia de treino:
E se fores um jogador, diria eu no sentido das palavras do Mestre, nunca te deixes enganar pelas vitórias, se elas não corresponderem a verdadeiros avanços na interpretação do jogo. Procura, em primeiro lugar, superar-te a ti próprio, em cada treino ou em cada jogo que faças.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ensinamento

"Os ataques não marcam cestos, quem marca cestos são os jogadores."
Bob Knight e Pete Newell, in Basketball. According Knight and Newell.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pensamento

"Não há uma e uma só maneira de pensar e ensinar o basquetebol"
Pierre Vincent, in Basket. Méthode d'entraînement. La formation des jouers.

domingo, 20 de novembro de 2011

Definição de bom jogador

"Um bom jogador é um jogador que está sempre no bom momento no sítio certo, um jogador que realiza o gesto justo no momento justo, nada de mais mas nada de menos."
Pierre Vincent, in Basket. Méthode d'entraînement. La formation des joueurs.


sábado, 19 de novembro de 2011

Ensinar a fazer "jogadas" ou ensinar a jogar por conceitos?

"Nós sentimos que ensinar crianças a jogar basquetebol usando os quatro conceitos básicos (selecção de lançamento; manejo de bola sem cometer erros; mover-se sem bola e ajudar-se uns aos outros a libertarem-se dos defensores) é melhor do que ensinar-lhe jogadas (pattterns) ou movimentos. Uma equipa com uma boa selecção de lançamento e que não faz erros com a bola será muito difícil de defender para a equipa oposta. E se acrescentarmos o movimento sem a bola e a ajuda mútua para se libertarem dos defensores, estaremos numa posição em que o ataque dessa equipa será muito bom. Nada pode ser mais ineficaz do que uma jogada (pattern) que corre com mau manejo de bola ou má selecção de lançamento."
Bob Knight e Pete Newell, in Basketball. Accordind by Knight and Newell.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pete "Pistol" Maravich: uma inspiração.

Não é a primeira nem será a última vez que apresento nos meus blogs o Pete "Pistol" Maravich. Acho que ele é um motivo de inspiração e um exemplo para qualquer jogador ou admirador de basquetebol.
Hoje trago um video que vi no excelente, embora já parado, blog do Rui Costa e que não resisti a trazer para aqui.
Espero com isto desencadear naqueles que ainda jogam, motivos para tentarem ir o mais longe possível. Quanto aos treinadores, aos que jogam por fora mas também jogam intensamente este jogo, espero que saibam incutir sonhos nos seus atletas, de que um dia, quem sabe, com muito trabalho e amor ao jogo, façam coisas parecidas com as que vemos neste video.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Basquetebol: uma linguagem universal

O basquetebol é também uma linguagem que tem de ser aprendida. É até interessante ver como duas equipas, compostas por jogadores de países diferentes que não falem uma língua comum, num campo de basquetebol podem entender-se perfeitamente. É a compreênsão dessa língua especial que é o basquetebol que produz esse entendimento.
Se quisermos aprofundar ainda mais esta questão da linguagem, poderemos dizer que no basquetebol existem várias linguagens incrustadas: é a linguagem das regras, que balizam o que se pode e não pode fazer; é a língua da táctica, que induz o que o jogo pede que os jogadores façam ou cria as situações que os jogadores querem fazer do jogo; é a línguagem do corpo, das posturas, que traduzem para os outros as dominações sofridas ou a dominação latente em relação aos adversários. E é também a contracomunicação, expressas nas fintas e nas surpresas dos processos utilizados.
O basquetebol é assim, uma linguagem feita de linguagens e que permite que todos os jogadores se podem entender mesmo não falando a mesma língua materna.
Pedra da Roseta - permitiu decifrar os hieroglifos egípcios


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Basquetebol e ciência

A ciência pode trazer ao basquetebol muitos contributos. O contrário também é verdade. Trazemos aqui um exemplo de como a ciência, ao analisar o lançamento de um dos melhores lançadores de 3 pontos da NBA, Ray Allen, mostra três dos possíveis factores de sucesso desse tipo de lançamento: o ângulo de saída; a altura de saída; o efeito retroactivo na bola. E explica o porquê desses contributos para o sucesso. Vejam bem e aproveitem.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Definição de equipa em poema

É com imenso prazer que coloco aqui um poema feito por um treinador de basquetebol que é meu amigo, e que foi feito para "tentar transmitir à sua filha o valor de estar numa equipa, isto é , em algo maior que nós próprios."

"Quem me apoia sem eu pedir?
Quem vai lá estar se eu falhar?
Quem num só consegue reunir,
Companheiro, amigo, até irmão se calhar?
Quem luta comigo até ao fim?
Quem merece que não pense só em mim?

É quem partilha comigo este jogo complexo,
Ao lado de quem me bato de forma destemida,
Quem não sendo igual a mim é o meu reflexo,
Neste jogo onde se aprende também a vida.
Isto é único e a todos se aplica,
É a magia que me une à minha Equipa.

                                             José Manuel Almeida  
                                      Treinador de basquetebol

domingo, 13 de novembro de 2011

O fenómeno do alinhamento

Como interpretas esta imagem?
A mim, o que me achou a atenção foi o facto dos três defesas se colocarem simultaneamente no corredor de jogo directo (corredor que vai da bola ao cesto) como também estarem entre a bola e o atacante sem bola, com acção activa dos braços e cortando a linha de passe.
Pela sua parte, o jogador com bola, extremamente novo, está com um enquadramento com o cesto irrepreensível.
Acho que há aqui a possivel demonstração de uma grande inteligência de acção.
Há uma grande diferença entre olhar para o jogo dos mais novos à cata de defeitos ou olhar para esse mesmo jogo procurando o que os jogadores já sabem fazer e daí extrair ilações para o trabalho adaptado futuro com esses mesmos jogadores.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Basquetebol e educação

“Dar uma boa educação aos jogadores é, aos meus olhos, tão importante, senão mesmo mais importante, do que fazê-los bons basquetebolistas.”

Dean Smith
(Um dos maiores treinadores de sempre)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"O acto táctico em jogo"

Com o título desta mensagem, saiu em 1969 em França e nos anos 80 em Portugal, um dos livros mais importantes no que concerne à análise daquilo que é mais estruturante nos jogos desportivos colectivos: o acto táctico. O seu autor, Friedrich Mahlo, treinador e professor da antiga Alemanha Democrática, escreveu-o na década de sessenta em ano que não consegui discriminar.
É uma análise profunda do conteúdo que pretendeu tratar, esmiuçando as componentes do acto táctico e desembocando em recomendações sobre a formação deste aspecto dos jogos. Formula princípios, fases e conteúdos da formação táctica e termina com a sugestão de um programa de jogos para a infância correspondente aos alunos do 1.º ciclo.
Ainda hoje este é uma livro a não perder na formação de qualquer treinador. Se há muito que entretanto se desenvolveu nesta área do conhecimento, muito se deve às ideias expressas por Mahlo.
Terminamos esta mensagem com uma das definições de acto táctico dadas por este autor alemão de leste: "consiste em resolver praticamente, e no respeito de todas as regras em vigor, um grande número de problemas postos pelas diversas situações de jogo; esta resolução deve ser simultaneamente rápida e deliberada, visando o maior êxito possível da actividade global. O acto táctico implica o desenvolvimento das qualidades físicas, a formação do "savoir-faire" e a aquisição de conhecimentos que deveriam ser utilizados de maneira reflectida e sensata, para se poderem resolver os problemas que se levantam." (pag 17) 
Se alguém me souber dizer do que é feito deste autor e de outras obras por ele escritas eu agradeceria muito. É que, para além do livro que aqui falo e de uma colaboração em outro livro de autor colectivo sobre Basquetebol, editado pela Estampa, não sei de mais nada que entretanto ele tenha feito.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reflexão sobre o conceito "equipa"

O basquetebol é um jogo de equipa, mas todos os jogadores e treinadores sabem, na prática, que uma equipa não é um ponto de partida mas "pontos" de chegada. Existe um grupo inicial que está junto para treinar e jogar. Mas ser uma equipa é uma construção de nível muito superior ao grupo. Na capacidade de transformar um grupo numa equipa está muito do segredo dos treinadores. Sem essa competência de carácter relacional e humano que beneficia muito, evidentemente, da competência técnica, o treinador fica muito diminuido. O mesmo se passa em todas as profissões onde o trabalho de equipa é fundamental.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Blog e site recomendado

Ontem conheci na net um blog muito interessante do treinador Mike Mackay, com ideias muito proveitosas para quem quer aprender e ensinar basquetebol.
Recomendo vivamente:
http://basketball.ca/en/hm/blog/?sid=210
O site onde o encontrei contém também videos, entre outras coisas, também muito interessantes pelo mesmo motivo exposto em cima:
http://www.basketballmanitoba.ca/
Aproveitem. O único problema é que têm de perceber a língua inglesa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Spacing (Espaço): os spot's no ataque de posição.

Quando Jacques Vernerey fala dos spot's (posições) no espaço de ataque, num ataque de posição, distribui-os tal como aparecem em baixo pintados. Três spots de bases e dois de extremos (de cada lado), no que se refere ao jogo exterior, e três posições interiores de postes de cada lado da área restritiva, respectivamente, de poste alto, de poste médio e de poste baixo. 
Na prendizagem deste jogo de posições, Vernerey gosta de ver os jogadores sem bola a ocuparem momentaneamente as posições e, num máximo de 2 segundos movimentarem-se para outra, podendo fazer os vários tipos de cortes ou bloqueios que são possíveis realizar. Mas sempre tendo em conta uma ocupação equilibrada do espaço pelos cinco jogadores da equipa.


domingo, 6 de novembro de 2011

Os 5 princípios constitutivos do jogo ofensivo

Com a penúltima mensagem abordámos aqueles princípios que, segundo o treinador francês Jacques Vernerey ,são os 5 princípios constitutivos do jogo ofensivo:
1- 1.º olhar interior (que pode desembocar, ou não, no enquadramento com o cesto em posição de tripla ameaça);
2- a mobilidade sem bola;
3- a selecção de lançamento;
4- o equilíbrio entre o ressalto ofensivo e a recuperação defensiva,
5- o espaço.
Ainda iremos desenvolver o princípio do espaço, no contexto do jogo junto ao cesto do adversário, - chamada zona de finalização - definindo um conjunto de posições (spot's) de referência para os jogadores.
Adquirindo a capacidade de cumprir estes princípios de jogo, os jogadores ficam dotados de uma estrutura de acção táctica básica importante. Evidentemente, para os poderem realizar com qualidade é preciso juntar ao conhecimento táctico uma capacidade de execução dos fundamentos correspondentes: posição ofensiva de tripla ameaça; corrida, mudanças de direcção e velocidade; paragens, rotações, drible, entradas em drible directo ou cruzado, lançamento, passe, fintas, etc.
E adquiridos estes princípios e fundamentos básicos os jogadores estarão capazes de realizarem manobras a dois e a três com possibilidades de maior sucesso.

sábado, 5 de novembro de 2011

Todos diferentes, todos iguais.

Num comentário a uma mensagem do meu outro blog, o meu aluno Luís sugeriu-me a visão de um video da youtube, comentando:
"aqui está um grande rapaz e uma grande equipa... Humanidade no seu melhor!"
Concordo plenamente. E por isso, dedicando ao Luís esta mensagem, coloco aqui o tal video. Para quem não percebe inglês dizemos que se trata de um rapaz que sofre de autismo e que é maravilhosamente acarinhado por todos na sua equipa, e também pelo público (inclusivé adversários, apostaria eu...). Num jogo que é aqui mostrado cometeu uma proeza que bem poucos jogadores da NBA conseguiriam... Vejam com os vossos próprios olhos.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Princípio do equilíbrio entre ressalto e recuperação defensiva

Falando de um jogo em que 5 jogadores atacam e 5 defendem, num "basquetebol total" (nem sempre foi assim na história do jogo), há momentos de transição entre as duas situações que são decisivos. Passar rapidamente do ataque para a defesa e vice-versa, reagir rapidamente e antecipar mesmo essa reacção, são características dos bons jogadores e das boas equipas.
Quando um jogador lança, segundo o princípio da selecção do lançamento que já analisámos noutro post, ele deve assegurar-se que há alguém da sua equipa colocado para o ressalto. A equipa no ataque deve assegurar sempre o equilíbrio defensivo. Este equilíbrio significa que no caso de perder a bola existe a possibilidade de estar preparado para defender antes mesmo de perder a posse da bola. E isso consegue-se, tanto pelas posições dos jogadores como pela sua atitude física e mental.
Voltando ao princípio do equilíbrio entre ressalto e recuperação defensiva, o que ele significa é que uma equipa deve estar organizada para que, sempre que há um lançamento, dois jogadores, pelo menos, vão ao ressalto ofensivo e outros dois recuperem defensivamente para obstar a um possível contra-ataque do adversário. É evidente que tudo depende de algumas variáveis: é diferente se o lançamento resulta de um ataque por sistema fechado, em que as próprias posições e funções de cada jogador estão previamente definidas, ou se resulta de um ataque "livre" por conceitos em que a atribuição de responsabilidades e o momento e local do lançamento é mais indefinido.
O lançador joga um papel fulcral neste princípio. Por um lado é ele que decide o momento de lançar, considerando devidamente o posicionamento dos colegas ou não. Por outro lado, se ele quando lança o deve fazer com a completa convicção de que vai encestar, não é de todo lógico que assuma que vai falhar indo de imediato ao ressalto. Aqui, neste caso, acontece no entanto um facto indesmentível. Após o lançamento, o lançador é o melhor colocado para sentir se a bola vai entrar ou não, e, eventualmente, quais são os desvios não pretendidos que deu à bola. Nessa situação ele é também o jogador melhor informado sobre o possível local de ressalto da bola e aí, logicamente ele deve disputá-lo.

Passemos a uma análise comparativa de imagens de dois jogos sem no entanto afirmarmos que tem validade científica. apenas uma experiência de comparação entre dois níveis de jogo diferentes.
No primeiro video que seleccionei nota-se, se se reparar bem, num nítido desequilíbrio neste princípio que tratamos aqui. É que na maior parte dos lançamentos há só um ou mesmo nenhum atacante a assegurar o ressalto defensivo. Todos os outros optaram (ou estavam colocados) por recuperar defensivamente.
Já no seguinte video onde se confrontam duas das melhores equipas da NBA, - os Celtics e os Lakers - em grande parte das situações há um efectivo equilibrio entre a ida ao ressalto e a recuperação, sendo que geralmente há dois homens no ressalto ofensivo.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A propósito de uma afirmação.

“Muitos olham mas poucos vêem.”
Bob Knight

Olhar e ver são duas coisas diferentes, tal como o treinador norte americano afirma. A leitura de jogo de que já falamos requer o ver e o decifrar, em lapsos de tempo muito curtos, em espaços restritos e em situações emocionalmente carregadas. Ao nível neurofisiológico e psicológico, o que está na base desses processos são mecanismos complexos e na maior parte das vezes inconscientes.
Um dos maiores neurofisiologistas do século XX, o francês Jacques Paillard, estudou os processos que estavam na base da percepção, também no desporto, e revelou muitos dos seus mecanismos. A questão da percepção dos espaços é, no caso do basquetebol, extremamente importante. Os treinadores aproveitariam em muito se conhecessem e usassem algumas das conclusões desse autor. Em França já vários treinadores o fizeram, com proveito.
Numa próxima oportunidade traremos alguns exemplos retirados deste autor.  

A "técnica perfeita" de lançamento.

Ao ver George Mikan a lançar num post que lhe dediquei no meu outro blog, sedimento a ideia, que me parece correcta, de as técnicas serem acima de tudo a resolução individual e prática de problemas que são colocados ao jogador pelos adversários. Os movimentos de uma técnica não existem em si mas são a adaptação aos obstáculos que o adversário coloca e às condições materiais em que a técnica se realiza. Idealizar as técnicas, abstractizá-las, descontextualizá-las são caminhos que levam à cristalização da evolução dos jogadores e os tornam potencialmente diminuidos de eficácia.
Durante os meus anos de treinador sempre fui bastante fundamentalista na execução técnica segundo os princípios da biomecânica e da lógica dos movimentos. Acho no entanto que devo temperar um pouco essa forma de ver as coisas.
Ontem, ao ver o aquecimento de um jogo da primeira divisão feminina, ficava de cabelos em pé quando via no aquecimento uma jogadora a lançar de uma forma completamente "errada", no tiro exterior: ela era direita e fazia a bola partir do lado esquerdo da anca, implicando um movimento cruzado e oblíquo do braço à frente do corpo. No aquecimento falhava quase sempre. No jogo meteu quase sempre. Mas é preciso dizer que metia com as defensoras a dois metros, sem pressão. Com pressão tudo seria diferente, digo eu.
Conhecem-se casos na história do nosso basquetebol de jogadores que lançavam de forma completamente errada segundo os "canones" mas tinham uma precisão notável. Que conclusão tirar? Continuo a pensar que se o jogador aprender de início uma técnica biomecanicamente correcta será melhor. Mas quando o jogador prova a eficácia da sua técnica, aparentemente incorrecta, os outros devem render-se à evidência.
Quem conhece a história do jogo sabe que as técnicas, desde as do lançamento, do drible ou outras quaisquer, foram mudando ao longo da evolução do jogo. Não devemos pensar que estamos no "fim da história" no que se refere às técnicas do jogo.
Muito mais havia a dizer sobre a técnica de lançamento. Para já ficámos por aqui. Só me apetece dizer que "a técnica perfeita" de lançamento não existe.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A leitura de jogo no ataque

A leitura do jogo, no ataque, compõe-se da leitura da defesa adversária e da leitura do ataque próprio, tendo por base o conhecimento da estrutura estratégica da sua equipa.
O jogador precisa sempre de ter uma visão alargada do que está a acontecer: onde estão os defensores, como estão defendendo, onde estão os seus pontos fortes e fracos (estes últimos já deverão ser são trazidos do estudo prévio ao jogo mas terão de ser confirmados ou não no próprio jogo).
Por outro lado, embora sabendo previamente como a sua equipa quer jogar no ataque, o jogador precisa de verificar o que realmente está a acontecer com os seus colegas: as suas posições, as posturas, e se estão a ser dominantes ou dominados, etc.
Só quando são feitas em paralelo as duas leituras é que se pode dizer que a leitura de jogo está a ser realizada devidamente.
Na leitura da defesa é só olhar na perspectiva inversa.
Sobre esta temática, remeto-vos para um excelente escrito do treinador Mário Barros, no site do Planetabasket, onde além de uma análise teórica ele propõe exercícios de melhoria desse importante aspecto do jogo. E não se esqueçam de abrir o artigo completo em pdf.

domingo, 30 de outubro de 2011

Mário Gomes no Clinic da Póvoa de Varzim

Mário Gomes, elemento da equipa técnica nacional que levou a nossa equipa ao europeu da Lituania teve uma intervenção no clinic da Póvoa de que gostei muito. Em tom de súmula, publico aqui algumas das suas frases e/ou ideias já que nem sempre retive todas as suas palavras. Espero não trair o seu pensamento.
"As primeiras coisas primeiro".
"Treinador não se deve remeter às quatro linhas", Aí está a sua intervenção política sobre o basquetebol, no sentido nobre da palavra.
"Os treinadores devem ter uma palavra sobre as decisões do nosso basquetebol".
"É preciso motivar os dirigentes, além dos jogadores, em torno de objectivos".
"As nossas selecções jovens mostram trabalho bem feito"
"Quantidade e qualidade da competição não é substituível pelo treino".
"O problema do nosso basquetebol não é morfológico, como se fala há 5 décadas".
"Ao contrário do que se diz o problema não está nos hábitos ou atitudes dos jogadores que nesses aspectos foram do melhor."
"Nos contactos internacionais a equipa nacional tem um problema natural de consistência devido à fraca participação nesses mesmos confrontos em comparação com as equipas que defronta. Isso só se resolve com mais contactos internacionais nas selecções mas também nos clubes. Mais uma vez os treinadores deveriam ter voz nessa questão."
Mário Gomes deixou algumas questões no ar:
Porque é que temos dificuldades sobretudo nas fases do ataque?
"Temos problemas no contra-ataque. Estamos melhor no 5X5 do que no 2X1 e isso não é normal. Será que se está a trabalhar na formação contra-ataque?
Mário Gomes citou uma frase de Mário Palma, seleccionador nacional, segundo o qual, "o contra-ataque não é correr, saltar e lançar, mas sim correr, pensar, saltar e lançar."
Porque é que, nas selecções jovens, o lançamento exterior é muito mais um argumento do feminino do que no masculino?
Os lançamentos que a selecção faz, mesmo sem serem forçados mas bem seleccionados padecem de percentagens fracas. Porquê?
Há problemas de continuidade no ataque quando os set play não dão em lançamento.
A bola é muito tempo retida pelo possuídor havendo problemas de velocidade de circulação de bola no ataque. "Quando não há solução imediata a bola deve circular."
"Há muitas crenças erradas sobre o modelo de jogo". A começar pelo que é um modelo de jogo.
"Quando os jogadores chegam aos 18 anos põe-se o problema do que fazer com eles. A formação não terminou e é preciso criar soluções como por exemplo a Espanha criou. Deveriam ter competição de qualidade e treinar mais e melhor o que não acontece actualmente."
Mário Gomes revelou também uma frase de Aíto no jantar do primeiro dia: "Há sempre um momento em que cedemos - os treinadores - e de que depois nos arrependemos."
"O treinador não deve abdicar nunca da sua cultura de treinador."
Mais uma vez precavendo o leitor para o facto de algumas das frases que lhe trouxe aqui poderem não corresponder exactamente ao dito por Mário Gomes devido à dificuldade de transcrição do discurso, guardo para o final uma frase emblemática que, essa sim, memorizei bem:
"Os desistentes nunca vencem. Os vencedores nunca desistem".

Aíto Garcia Reneses (2)

Aíto voltou a estar excelente no segundo dia, desta vez abordando o tema "Conceitos de ataque a partir de um passe interior". O mesmo que eu disse ontem relativamente às qualidades da abordagem que Aíto fez da defesa valeram hoje para o ataque.
Na fase de perguntas respostas que houve à sua intervenção uma resposta me sensibilizou bastante, pelo menos da forma como a compreendi. Aíto disse que ao realizar com as suas equipas, já nos anos 80, defesas pressionantes, a exigência a que eram submetidos os seus jogadores fazia com que houvesse a necessidade de uma maior rotação no banco. Quebrava-se uma tradição geral das equipas desse tempo de um jogo mais pausado. As estrelas, habituadas a jogarem os 40 minutos sentavam-se no banco pela necessidade de recuperação física. Com humor, descreveu por exemplo, como era criticado nesse tempo por tirar Epi do campo, "logo quando ele estava com a mão tão quente". Nem o facto de ser vísivel serem os próprios jogadores a solicitarem as substituições o subtraíam à crítica. Contou também que antes mesmo de treinar o Barcelona, conseguiu com equipa mais modesta ganhar ao Real e ao Barcelona, usando uma defesa que era denominada pelos jornalistas de "Karaté Press". O futuro veio demostrar o interesse e a generalização da utilização de defesas desse género. Por fim mas não de menor importância estava o facto de a maior rotação do banco dar tempo de jogo a outros jogadores menos utilizados e mais jovens, com tudo o que isso trazia de benefício aos próprios mas também à capacidade e espírito de equipa. Mais uma importante lição de Aíto, em que ele foi pioneiro.

sábado, 29 de outubro de 2011

Aíto Garcia Reneses em Clinic na Póvoa de Varzim (1)

"Os clássicos não são clássicos por serem antigos. São clássicos por terem classe"
Maestro Fernando Lopes Graça

Hoje vi Aíto Garcia Reneses num clinic na Póvoa. O tema foi o ensino da defesa individual em todo o campo. Foi simples e eficaz. Mostrou as soluções que usa e em que acredita e fundamentou-as. Começar com as pedras básicas da fundação da defesa, o querer defender, o querer melhorar, construindo passo a passo os seus fundamentos: da posição defensiva e dos deslocamentos defensivos ao 5X5, passando pelo 1X1, 2X2 e 3X3. Treinar sobretudo de modo fraccionado pois é aí, sobretudo, que se consegue ensinar e corrigir. No ensino foi rigoroso com as exigências explicitadas como foi o caso de não permitir nesta fase de ensino as trocas defensivas perante os bloqueios.
Como todos os bons treinadores demonstrou saber ensinar e tanto ensinou os jogadores em campo como os companheiros treinadores na bancada. Enquadrou o que fazia no tempo, assinalando que a "sessão" que estavamos a presenciar tinha conteúdo para meses e que o ritmo utilizado diferia do ritmo de uma sessão de treino normal. Alertou desse modo para que não cometessemos o pecado da pressa.
No início disse desde logo coisas muito importantes, a sublinhar: o ataque só se torna mais forte com uma defesa mais forte e que o ataque faz coisas perante uma defesa fraca que perante uma defesa forte não consegue fazer; sem técnica não se pode meter grande táctica; só defendendo bem se pode atacar melhor; há que avançar pouco a pouco e ao ritmo dos jogadores. Na maior parte destes conceitos está expressa aquilo que os treinadores franceses da escola dialéctica de meados do século XX (como eu lhes chamo por aplicarem o método dialéctico na sua praxis) denominaram de relação de forças, fenómeno inalienável dos jogos colectivos e que muitos não conhecem, esquecem ou metem em parênteses. Mesmo quando trabalhava o 1X0 solicitava aos jogadores que suposessem a existência de um atacante.
Uma das coisas que disse no fim da sua intervenção foi que há 30 anos, aprendeu do célebre treinador Dean Smith, um tipo de defesa, que agora voltou a repescar com sucesso. Uma das razões para esse sucesso foi a de que os ataques de agora já tinham desaprendido de atacar essa mesma defesa. A mim veio-me ao espírito a diferença entre uma moda e um clássico: as modas passam, os clássicos permanecem.
Pessoalmente exalou uma aura de simplicidade no trato. Num momento de esquecimento ao intervir perante um jogador, não "inventou" nem tentou disfarçar-se de infalível. Fez seguir o "show" e retomou-o mais adiante.
Eu não conhecia Aito pessoalmente. No fim de assistir à intervenção de Aíto fiquei a admirá-lo como uma referência.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Frases

“Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos. E é por isso que eu sou um sucesso.” 
Michael Jordan (Jogador norte americano, por muitos considerado o melhor jogador de basquetebol de todos os tempos.)
Quem tem medo de falhar, dificilmente se tornará um grande jogador. Jordan, construiu o seu sucesso na base dos muitos erros que cometeu e que estiveram na origem dos seus sucessos.
Não tenhas medo de errar. E aprende com os teus próprios erros. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Princípio da selecção de lançamento

A selecção de lançamento é uma capacidade táctica extremamente importante.
Contudo, apresenta alguma relatividade em função do nível de jogo apresentado pelos jogadores/equipas. 
Nos jogadores que se iniciam é sabido que não há, praticamente, nenhuma selecção de lançamento, bastando que o jogador iniciante se aperceba que chegou à zona de finalização, em que lhe é possível fazer o lançamento, para tomar essa decisão. Isso é normal e treinador que pretenda temporizar, nesses níveis mais básicos, o acto de lançar, está a ir, na minha opinião, contra a natureza do jogo dos iniciantes. Esta natureza consiste em tentar, o mais rapidamente possível chegar à zona de finalização e lançar o mais rapidamente possível.
Só que, após esse nível mais básico, convém ir ensinando os aspectos mais prioritários da selecção do lançamento, até chegar, à medida que o nivel de jogo avança, à exigência da consideração de factores estratégicos nessa mesma selecção.
Assim, no início, penso que há que insistir na liberdade de lançar, com toda a confiança e sem medo de errar, desde que o jogador alcançou uma posição em que tem o cesto ao alcance (com razoável probabilidade de sucesso) e está liberto de marcação. Após essa aquisição, virão outras: o saber se é aquele jogador melhor posicionado para lançar; o haver colega(s) no ressalto; o saber o que é um lançamento forçado... Até chegar, como se disse antes, a considerações estratégicas tendo em conta, por exemplo, a correlação de forças, o momento do jogo, o tempo para o final, e outras eventuais opções previamente assumidas pela equipa.
Gostaria de saber qual a tua opinião acerca deste princípio. Comenta por favor.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"Pedagogia concreta"

Há já alguns anos, através de San Payo Araújo, ouvi o salientar da importância da "pedagogia concreta" no ensinar basquetebol às crianças. San Payo referiu que tinha ido buscar o conceito a Teotónio Lima, o decano dos treinadores portugueses com vasta obra publicada no nosso meio.
Melhor do que as minhas palavras é remeter-vos para uma demonstração dessa pedagogia concreta no ensino do lançamento, num exercício com variantes a que San Payo chamou sabiamente, "Aprender a lançar sem angústias". Está no Planetabasket neste link. Não perca. Não deixe também de ler o artigo de enquadramento no mesmo site.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Torneio Comenius das Sete Nações

Ontem, no dia da nossa escola, aproveitando a visita das delegações de seis países no âmbito do projecto escolar Comenius, organizámos um torneio de basquetebol.
A competição para ganhar, existindo, não era o mais importante. O regulamento permitia que jogassem alunos e professores de diferentes idades, e tentou-se que os confrontos fossem o mais equilibrados possível. Para que se realizassem duas séries de 4 equipas, seguidas das "finais", criou-se ad hoc uma oitava equipa, a do "Resto do Mundo".
Para memória futura registe-se que participaram como países, além de Portugal, a Alemanha, A Roménia, A Bulgária, a Turquia, a Letónia e a Polónia. No início houve mesmo uma cerimónia de abertura com parada.
O prémio Fair-Play foi ganho por todas as equipas e quanto aos resultados finais mais importantes apontamos:
-muito divertimento;
-convívio e estreitamento de laços de amizade.
Valeu a pena pois nem os corpos nem as almas foram pequenos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sucesso e trabalho

"O único sítio onde sucesso aparece antes de trabalho é no dicionário."
Autor desconhecido

Problemas tácticos essenciais do jogo

Tacticamente, pode dizer-se que o basquetebol consiste num conjunto de quatro tipos de problemas de ataque entrelaçados com quatro tipos de problemas da defesa. Resolver esses problemas é tarefa individual dos jogadores e colectiva das equipas.
Assim, o primeiro problema do ataque é conservar a posse da bola logo depois de a ter adquirido. A seguir, e se a posse se tiver realizado longe do cesto, o seguinte problema do ataque é o de fazer progredir a bola para a zona de finalização. Chegados à zona de finalização, o problema existente é o de criar uma oportunidade/situação de finalização. Por fim, o derradeiro e principal problema do ataque é encestar.
Do lado da defesa podemos colocar o reverso da medalha. Assim, à posse do ataque corresponde a tentativa de recuperar a bola por parte dos defensores. A seguir incumbe à defesa contrariar a progressão da bola. Caso não consiga de todo fazê-lo, segue-se o tentar impedir ou prejudicar a criação de oportunidades de finalização pelo adversário. Por último, no sentido de proteger o cesto, a defesa deve tentar obstaculizar a finalização adversária.
Todos estes problemas, na sua forma básica, existem em todos os níveis do jogo, desde o Minibásquete à NBA. O que é diferente é o grau de complexidade do problema e as soluções respectivas exigidas.
Evidentemente, do ponto de vista estratégico, existem algumas equipas que prescindem de algumas fases da defesa ou então, a posse da bola é adquirida tão imediatamente e tão perto do cesto adversário que se segue por vezes logo a oportunidade de finalização.
O basquetebol pode ser assim concebido como um conjunto de problemas. Ganha geralmente a equipa que tem um maior número de soluções
Quando fores ver um jogo, ao vivo ou em video tenta ler o jogo com esta grelha de problemas.

domingo, 23 de outubro de 2011

Como saber o que ensinar e quando?

Aqui há dias formulei esta pergunta e disse que responderia mais tarde. Na minha opinião, todo o treinador deve conhecer teoricamente as características dos jogadores em função do seu nível desenvolvimento e ter também uma perspectiva do processo ensino-aprendizagem o que inclui uma trama daquilo que se deve ensinar progressivamente.
Só que há uma capacidade maior que o treinador deve ter: é a de ser capaz de observar e situar os saberes e as capacidades actuais dos jogadores, assim como apontar para o seu potencial imediato. Só isso pode responder directamente à pergunta: o que ensinar nesse momento? Saber também o que é a prioridade do ensino nesse momento, eis uma questão fulcral.
Um exemplo: perante uma equipa iniciante, cujas dificuldades se situam na conservação e no fazer progredir a bola no sentido do cesto, a prioridade é, na minha opinião, trabalhar as condições para que os jogadores, individual e colectivamente, sejam capazes de conservar e progredir a bola. Trabalhar os quandos do passe e drible para o jogador com bola, e a ocupação do espaço (o dar espaço e linhas de passe, desfazendo a aglomeração) por parte do companheiro sem bola, são as maiores prioridades do ensino nesse momento. Nessa altura, trabalhar a defesa ou mesmo trabalhar o acto de finalização não serão prioridades, sendo que no caso da defesa seria mesmo contraproducente.

sábado, 22 de outubro de 2011

Minibásquete: exercícios, videos e textos

No blog gémeo deste, o 120 anos de basquetebol, andamos por estes dias a falar de minibásquete: da sua história, dos seus personagens e de eventos próprios desse jogo inventado há 60 anos.
Aqui, neste blog virado para o aprender e ensinar o jogo, vamos fazer publicidade a três coisas:
-a um blog onde são apresentados videos e exercícios para o Mini;
-ao texto do manual português do Minibásquete com textos de San Payo Araújo;
Espero que vos façam proveito: aos que ensinam e aos que aprendem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Jogar é escolher, jogar é decidir. (1)

E escolher e decidir só é possível quando existe uma alternativa ou mais: aprendi com alguns treinadores franceses que uma alternativa comporta sempre um mínimo de duas opções:
Longe do cesto, por exemplo:
-o jogador com bola pode basicamente passar ou driblar;
-e o jogador sem bola pode deslocar-se no sentido do cesto ou no sentido da bola.
Longe do cesto, estas são as duas opções básicas a ensinar aos que estão a aprender o BêABÁ do jogo.
Noutro dia falaremos de outras alternativas a aprender...

Nova equipa de Infantis B, feminina, do Desporto Escolar

Na minha escola, encontra-se em funcionamento uma equipa de infantis B, feminina de Basquetebol, do Desporto Escolar. Tem 15 raparigas inscritas e mais algumas na calha. Está quase a atingir o limite de jogadoras para poder funcionar com razoabilidade.
Sou eu o professor e estou muito satisfeito com as jogadoras que até agora apareceram. Espero que elas gostem, que continuem e que vão o mais longe possível: aqui na escola e em mais altos voos, futuramente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tirone Bogues: "a altura não é obstáculo"

Motivado por um comentário do meu colega Eugénio no post anterior, trago-vos o exemplo vivo de um jogador pequeníssimo - 1,60 (eu julgava que tinha 1,59, pois assim constava há uns anos) - que consegue bater-se com os gigantes. Vejam como ele trata a bola por tu, como passa e assiste os seus colegas milimétrica e surpresivamente, como lança acrobaticamente, como rouba bolas... Enfim, um jogador com J grande. Foi uma delícia rever alguns dos seus grandes momentos que vos trago aqui num video da youtube. E como ele, na NBA, há vários outros exemplos de grandes jogadores pequenos em altura.
Já agora dedico este post à Daniela e à Inês, jogadoras das infantis B da minha escola, que hoje fizeram o seu primeiro treino. São pequeninas e demonstraram já uma capacidade extraordinária.
Na verdade como dizia o meu professor da antiga 4.ª classe, os homens não se medem aos palmos. Muito menos as mulheres, digo eu.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que ensinar e quando?

Lanço-te algumas questões interligadas:
-na tua opinião, como é que se sabe o que se deve ensinar e quando, no processo de ensino-aprendizagem do basquetebol?
-por onde é que se deve começar, isto é, quais são as primeiras coisas a ensinar quando se ensina basquetebol?
Em próximo post eu darei a minha opinião tendo em conta as vossas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O jogo sem bola no basquetebol (2)

Sobre o jogo sem bola, apresento algo que escrevi na minha tese de mestrado (que poderás encontrar aqui em texto integral):
"Há muitos anos que vários autores referem a importância do saber jogar sem bola para atingir resultados de grande nível, mesmo ou sobretudo na alta competição. Já em 1965 o treinador americano Pete Newell, citado em Rat (1966), demonstrava com uma contabilidade elementar que, como o jogo tem 40 minutos, dividindo esse tempo pelos dez jogadores, cada um deles só poderia, em média, ter a bola durante 4 minutos. Dito de outro modo, “90% do jogo faz-se sem bola”. (Michel Rat, 1966) A qualidade do jogo depende muito das “colocações e das acções significativas” sem bola que os jogadores fazem, para ajudar os colegas, para irem ao ressalto, para recuperarem defensivamente, etc. O jogo de Basquetebol assim como os outros Jogos Desportivos Colectivos, caracteriza-se por requerer um uso inteligente dos espaços, através de colocações, deslocamentos, orientações. Acções que, como sabemos, se devem revestir de grande precisão, velocidade e intencionalidade, ao mesmo tempo que são submetidas a grande pressão temporal e imprevisibilidade. Atingir altos níveis de proficiência nestes desportos exige um desenvolvimento muito grande das capacidades perceptivo-decisionais e das correspondentes respostas motoras. A descentração sobre a circulação da bola é um elemento decisivo para a evolução dos jogadores, assim como o é também para os professores e treinadores, de modo a conseguirem observar o jogo devidamente. E o que é importante para os jogadores adultos não deixa de ser importante para os alunos da escola."

domingo, 16 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Princípio do enquadramento. Sempre?

O jogador, regra geral, quando recebe a bola deve enquadrar-se com o cesto (virar-se para o cesto). Esse enquadramento permite-lhe um óptimo ângulo de visão de jogo e consequente boa leitura do mesmo; além disso, permite de forma também óptima, encetar as acções seguintes de lançar, penetrar em drible para o cesto ou passar. É a chamada posição de tripla ameaça.
No caso dos jogadores que recebem perto do cesto, habitualmente chamados de postes e que jogam de costas para o cesto, a situação é diferente. Em primeiro lugar eles devem olhar ou sentir o que se passa nas suas costas, na direcção do cesto, sem necessariamente se enquadrarem com este. Tal acontece por razões técnicas que tornam esse estilo de jogo mais proficuo para esse tipo de jogadores.
In Coaching Basketball. Technical and tactical skills. ASEP