Aíto voltou a estar excelente no segundo dia, desta vez abordando o tema "Conceitos de ataque a partir de um passe interior". O mesmo que eu disse ontem relativamente às qualidades da abordagem que Aíto fez da defesa valeram hoje para o ataque.
Na fase de perguntas respostas que houve à sua intervenção uma resposta me sensibilizou bastante, pelo menos da forma como a compreendi. Aíto disse que ao realizar com as suas equipas, já nos anos 80, defesas pressionantes, a exigência a que eram submetidos os seus jogadores fazia com que houvesse a necessidade de uma maior rotação no banco. Quebrava-se uma tradição geral das equipas desse tempo de um jogo mais pausado. As estrelas, habituadas a jogarem os 40 minutos sentavam-se no banco pela necessidade de recuperação física. Com humor, descreveu por exemplo, como era criticado nesse tempo por tirar Epi do campo, "logo quando ele estava com a mão tão quente". Nem o facto de ser vísivel serem os próprios jogadores a solicitarem as substituições o subtraíam à crítica. Contou também que antes mesmo de treinar o Barcelona, conseguiu com equipa mais modesta ganhar ao Real e ao Barcelona, usando uma defesa que era denominada pelos jornalistas de "Karaté Press". O futuro veio demostrar o interesse e a generalização da utilização de defesas desse género. Por fim mas não de menor importância estava o facto de a maior rotação do banco dar tempo de jogo a outros jogadores menos utilizados e mais jovens, com tudo o que isso trazia de benefício aos próprios mas também à capacidade e espírito de equipa. Mais uma importante lição de Aíto, em que ele foi pioneiro.
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