Sobre o jogo sem bola, apresento algo que escrevi na minha tese de mestrado (que poderás encontrar aqui em texto integral):
"Há muitos anos que vários autores referem a importância do saber jogar sem bola para atingir resultados de grande nível, mesmo ou sobretudo na alta competição. Já em 1965 o treinador americano Pete Newell, citado em Rat (1966), demonstrava com uma contabilidade elementar que, como o jogo tem 40 minutos, dividindo esse tempo pelos dez jogadores, cada um deles só poderia, em média, ter a bola durante 4 minutos. Dito de outro modo, “90% do jogo faz-se sem bola”. (Michel Rat, 1966) A qualidade do jogo depende muito das “colocações e das acções significativas” sem bola que os jogadores fazem, para ajudar os colegas, para irem ao ressalto, para recuperarem defensivamente, etc. O jogo de Basquetebol assim como os outros Jogos Desportivos Colectivos, caracteriza-se por requerer um uso inteligente dos espaços, através de colocações, deslocamentos, orientações. Acções que, como sabemos, se devem revestir de grande precisão, velocidade e intencionalidade, ao mesmo tempo que são submetidas a grande pressão temporal e imprevisibilidade. Atingir altos níveis de proficiência nestes desportos exige um desenvolvimento muito grande das capacidades perceptivo-decisionais e das correspondentes respostas motoras. A descentração sobre a circulação da bola é um elemento decisivo para a evolução dos jogadores, assim como o é também para os professores e treinadores, de modo a conseguirem observar o jogo devidamente. E o que é importante para os jogadores adultos não deixa de ser importante para os alunos da escola."
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